MG vai testar radar inteligente
Equipamento registra velocidade média de veículos durante trajeto e, não apenas, em locais pontuais
Minas Gerais vai fazer, ainda neste ano, testes com um radar capaz de medir a velocidade média de veículos em trechos específicos de uma via. O objetivo é multar motoristas que excederem o limite de velocidade durante um trajeto – e não apenas aplicar as multas por meio de radares fixos e móveis, em locais pontuais, como acontece hoje no país. A tecnologia foi inaugurada no país ontem, para levantar dados em São Paulo.
Na prática, o equipamento funciona com dois radares instalados em pontos distintos da via, que medem a velocidade média do veículo e o tempo gasto em determinado percurso. Como o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ainda não permite o uso dos novos radares para aplicar multas – devido à falta de testes de eficiência com o equipamento –, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) decidiu usar a tecnologia apenas para monitorar o tráfego.
Em Minas, os primeiros testes serão feitos até o fim de 2013, nas rodovias LMG–800 e MGs–030 e 424, que ligam Belo Horizonte a Confins, na região metropolitana, por onde circulam 40 mil veículos diariamente. “Vamos usar o novo radar para monitorar o tempo gasto nas redondezas do Aeroporto de Confins, em uma preparação de fluxo para a Copa do Mundo de 2014”, justifica o gerente de trânsito e segurança do DER–MG, Ivan Godoi. Ele não informou o número de radares que serão testados nem o preço dos equipamentos.
Eficiência. O DER avalia que o equipamento, ainda que aprovado pelo Denatran para multar motoristas, poderia ser usado apenas em estradas. “O radar só funciona onde o motorista pode dirigir por longos trechos a uma velocidade de 100 km/h, 120 km/h, por exemplo – o que é o padrão norte-americano. Em vias urbanas, ele não funcionaria bem”, frisou Godoi.
Para o especialista em trânsito José Aparecido Ribeiro, do SOS Rodovias, a nova tecnologia não será eficaz sem a reestruturação das rodovias. “A maioria das estradas mineiras está em má condição de uso e possui pontos críticos. Controlar a velocidade em um trecho longo, mas com má conservação, não resolve”, argumenta Ribeiro.
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