Folha do Estado
Agentes penitenciários que atuam no conjunto penal de Feira de Santana e de todo o estado pretendem paralisar suas atividades a partir desta quinta-feira (15). A categoria tem uma extensa pauta de reivindicações que já foi entregue ao estado e a expectativa dos manifestantes é que todas sejam atendidas com urgência.
Segundo o diretor adjunto do Conjunto Penal, Clériston dos Santos Leite, os trabalhos na unidade continuarão acontecendo, porém de forma limitada. “A administração já está tomando medidas para que as coisas funcionem dentro da normalidade, já que teremos 30% do efetivo dos agentes trabalhando, como prevê a lei, o que nos permite manter o banho de sol dos presos. Já outras atividades de remoção e deslocamento de presos não serão realizadas, idas ao médico, júri, e outros locais estarão suspensas. Nós até antecipamos o dia de visitas que seria amanhã para esta quarta (14), pois enquanto durar a greve elas não serão permitidas”, disse.
Francisco José Moreira Gomes, que é agente penitenciário e está à frente do movimento em Feira, afirmou em entrevista que há outras solicitações da categoria. “Queremos concurso público para todos, Lei orgânica, porte de armas imediato, insalubridade para todos os agentes, carga-horária de 24hs por 96hs. Os nossos companheiros concursados em 2010 tem direito a isso e o estado não paga. É lei que devemos trabalhar 40 horas semanais, mas aqui trabalhamos 48 horas e isso é absurdo”, pontuou.
Segundo o Sinspeb-BA (Sindicato dos Penitenciários da Bahia) que representa a categoria, as demandas enviadas ao SEAP (Secretária de Administração Penitenciária e Ressocialização) para negociação são reivindicações já antigas e que não são resolvidas. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) é recomendado a proporção de 5 detentos para um agente enquanto a realidade é de cerca de 255 presos para cada agente, fato que coloca a vida dos trabalhadores em perigo. Outra reivindicação da categoria diz respeito às estruturas das penitenciárias, celas, áreas de segurança, área administrativa e alojamento dos agentes.
A decisão pela greve tomada por unanimidade após consulta de representantes de todas as unidades prisionais em assembleia realizada no último sábado (10). Os representantes do movimento afirmam que estão abertos à negociação com o estado, mas caso a pauta não seja contemplada, a greve continua em todo o sistema prisional por tempo indeterminado.