Nos EUA, detentos são castigados com comida nutritiva, mas de gosto ruim
Conheça o nutraloaf, mistura que é alvo de polêmica em todo o país
postado em 29/02/2016 12:56 / atualizado em 29/02/2016 13:21
Ninguém imagina que comida de prisão seja uma delícia. Mas, nos Estados Unidos, um prato em especial é ruim ao ponto de ser usado como castigo para presos que apresentam mau comportamento. O nutraloaf ("bolo nutritivo", em inglês) é servido em prisões estaduais de todo o país e pode ser descrito como um bloco de alimentos prensados. Os ingredientes variam de acordo com o estado em que é servido. Em Idaho, por exemplo, o pão é feito com gelatina, farinha de rosca, leite em pó, carne moída, legumes, frutas enlatadas, queijo, feijões e cebola.
Em Ilinois, a receita leva espinafre, cenoura, feijões, molho de maçã, pasta de tomate, flocos de batata, farinha de rosca e pó de alho. A mistura fez com que os presos processasem o Departamento de Correções por "punição cruel e incomum". Em Vermont, depois de uma ação juducial dos detentos, o Supremo Tribunal decidiu que eles devem passar por uma audiência antes de serem colocados em uma dieta com nutraloaf. Lá, a comida leva queijo, cenoura, espinafre, uva passa, feijões, pasta de tomate, leite em pó e flocos de batata, e é servida em horários normais de refeições, por até uma semana.
O nutraloaf foi inventado para substituir a dieta à base de pão e água a que os presos com mau comportamento eram submetidos. O alimento atende todas as necessidades nutricionais diárias de uma pessoa, sendo rico em calorias, vitaminas e minerais. A escolha dos ingredientes não é aleatória: a intenção é que o prato não tenha gosto de absolutamente nada. Segundo a empresa Aramark Correctional Services, uma das produtoras do bolo, a meta é que o resultado final seja completamente "neutro". Em resumo, uma comida que nutre, embora não tenha gosto de nada.
Foi o que aconteceu no Arizona, em Maricopa, que abriga um dos maiores sistemas prisionais dos Estados Unidos, com cerca de 8.300 presos. Joe Arpaio, xerife do condado, é conhecido como o "xerife mais durão da América", e ostenta orgulhosamente em seu site que tem o menor custo de refeições por detento: os presos são alimentados duas vezes ao dia, a um custo de entre 15 e 40 centavos de dólar por refeição.