Detentos fazem reféns e queimam colchões em rebelião na penitenciária Nelson Hungria
Carlos Rhienck/Hoje em Dia
Detentos sobem no telhado durante rebelião na Penitenciária Nelson Hungria
Cerca de 100 detentos da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, mantêm um agente penitenciário e uma professora reféns em uma rebelião dentro da unidade prisional, desde às 9h30 desta quinta-feira (21). Os revoltosos queimaram colchões durante o protesto, mas o fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Os policiais investigam a suspeita de que uma pessoa estaria debaixo de um dos colchões.
Uma explosão e três barulhos semelhantes ao disparo de armas de fogo foram ouvidos de dentro da penitenciária. Os policiais, porém, não confirmam se os estrondos foram oriundos de revólveres. Ao todo, 26 militares do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) foram acionados para tentar contornar a situação e negociar com os presos a liberação dos reféns. Entre eles estão dois negociadores e um consultor psicológico. Os rebeleados estão no Pavilhão I da penitenciária, que abriga traficantes e homicidas, e há suspeita de que eles tenham duas armas de fogo.
Os revoltosos queimaram colchões, mas o fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Amadeu Barbosa/Record Minas)
Os militares do 18º Batalhão da Polícia Militar e agentes da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) atuam no local e tentam conversar com os internos. Em nota, a Seds informou que a professora encontrava-se na sala de aula que funciona na unidade prisional quando foi rendida pelos detento. A mulher chegou a passar mal, mas não há registros de feridos. Agentes do Comando de Operações Especiais da Suapi (Cope) isolaram o local, conforme a Seds, para a atuação das equipes do Gate e da Polícia Militar e o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, acompanha as negociações para a soltura dos reféns.
Um dos detentos ligou para a rádio Itatiaia e se identificou como "Daniel Cipriano", nesta manhã. Segundo ele, o motivo do motim deve-se a alterações dos horários de visitação e à proibição de gestantes como visitantes. Ainda de acordo com o homem, eles exigiram a presença da imprensa e do deputado Durval Ângelo (PT), membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), de um juiz da Vara de Execuções Penais e de um procurador de Justiça para fazer as negociações.
"Cipriano" denunciou ainda agressões sofridas na unidade, onde ele está preso há dez anos. Segundo o detento, a liberação dos reféns só seria realizada após o cumprimento de todas as exigências feitas. Durante a entrevista à rádio, o detento permitiu que a professora mantida refém e identificada apenas como "Eliane" falasse ao vivo. A mulher disse que está bem e que não tem ferimentos.
Militares e agentes da Suapi atuam no local e tentam conversar com os internos (Foto: Carlos Rhienck/Hoje em Dia)
Dentre os detidos na penitenciária Nelson Hungria estão o goleiro Bruno Fernandes, Frederico Flores, apontado como líder do “Bando da Degola”, Marcos Antunes Trigueiro, o homem que ficou conhecido como “Maníaco de Contagem”. Nenhum desses estaria, contudo, na ala onde ocorre a revolta dos presos.
Atualizada às 14h45
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