sábado, 7 de fevereiro de 2015

Varredura em presídio apreende celulares, armas e drogas no AC
Ação foi integrada entre as Polícias Civil, Militar, Defensoria e MP. Ao todo, foram apreendidos 68 celulares, 54 estoques e 15 facas.
06/02/2015 20h19 - Atualizado em 06/02/2015 20h42
Por Janine Brasil e Veriana Ribeiro
Do G1 AC
Ação foi realizada no complexo penitenciário de Rio Branco. (Foto: Asscom MP-AC)Ação foi realizada no complexo penitenciário de Rio Branco. (Foto: Asscom MP-AC)
Uma operação realizada, nesta sexta-feira (6), no complexo penitenciário de Rio Branco, apreendeu 68 celulares, 54 estoques e 15 facas. A ação contou com 450 pessoas, entre as quais 300 policiais militares, representantes da Defensoria Pública do Estado do Acre e do Ministério Público do Acre e Polícia Civil. A ação ocorre após o protesto de agentes penitenciários contra a execução de dois colegas, que cumilnou com motins em presídios do estado.
Em coletiva nesta sexta, o secretário de Segurança Pública do Estado, Emylson Farias, disse que não aceitará nenhum tipo de afronta . "Fizemos uma varredura. Tiramos celulares, armas artesanais, entorpecentes e, a partir de agora, vamos intensificar essas abordagens. Não aceitamos nenhum tipo de afronta ao estado democrático de direito, nenhum tipo de atentado contra quem quer que seja", declarou.
Farias disse ainda que o Estado pretende com isso, garantir a segurança não só dos presos, mas também dos visitantes que entram dentro das unidades prisionais. "Queremos deixar claro que vamos continuar garantindo o direito de quem está preso e dos familiares, por isso, participou dessa ação o MP e a Defensoria. Não vamos aceitar, de nenhuma forma, que o estado seja afrontado", reafirmou.
Durante a ação, 68 celulares foram apreendidos. (Foto: Asscom MP-AC)Durante a ação, 68 celulares foram apreendidos. (Foto: Asscom MP-AC)
Sobre a reivindicação dos agentes penitenciários, Farias disse que a Sesp vem dialogando com a categoria para firmar um acordo. "Conversamos com eles, estamos entrando em acordo. A situação da greve foi superada por uma decisão da Justiça. A ação de hoje foi uma ação organizada planejada ao longo do dia e essa é a primeira de muitas que virão".
O diretor do Instituto Penitenciário do Estado do Acre (Iapen), Martin Hessel, afirma que a situação dentro do presídio é tranquila. "Apesar de nós termos tido uma semana conturbada, a situação agora é de tranquilidade. Entramos em contato com todas as direções das unidades e a resposta foi positiva. Estamos finalizando a semana com essa operação policial em resposta à violência", diz.
Em relação ao que foi apreendido, Hessel disse que serão instaurados processos administrativos para tentar encontrar os donos dos produtos encontrados dentro das unidades prisionais. "Vamos tentar identificar quem são os donos desse material, instaurar processos e, então, eles serão devidamente penalizados".
Hessel informou ainda que um levantamento está sendo feito para saber quais as principais necessidades e fragilidades do sistema prisional do estado. "Reconhecemos uma fragilidade no sistema prisional do estado. Vamos reorganizar a rotina de segurança dentro da penitenciária", assegurou.
Entenda o caso
Uma série de protestos vem sendo registrada no estado após a execução a tiros de dois agentes penitenciários, em menos de uma semana. Na quarta-feira (4), agentes proibiram a visita íntima nos presídios do estado para chamar a atenção para falta de segurança da categoria e cobrar equipamentos. A atitude desencadeou motins em unidades penitenciárias de pelo menos três municípios acreanos. No mesmo dia, um ônibus foi incendiado e a casa de um agente penitenciário invadida.
Em Rio Branco, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar teve que entrar no presídio para conter um princípio de motim. Após o controle da situação, a PM continua reforçando a segurança na unidade por tempo indeterminado.
À noite, um ônibus foi incendiado. De acordo com a gerência da empresa, não houve anúncio de assalto e três homens armados pediram que passageiros, motorista e cobradores saíssem de ônibus e, em seguida, atearam fogo no veículo.
O sindicato aponta facções criminosas e acredita que as ordens de ataques estão vindo de dentro do presídio. A Secretaria de Segurança rechaça a hipótese de atuação de facções criminosas e diz que as mortes não estão relacionadas.

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