quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sindicato quer que suspeita de matar agente volte para Rio Branco

03/02/2015 • 14:34
'Foi um grande erro". Assim define o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap-AC), Adriano Marques, sobre a transferência, para Sena Madureira, de Kelly Tavares, de 22 anos, apontada como a autora do homicídio contra o agente penitenciário Edmilson da Silva Freire, de 44 anos, morto com seis tiros na noite de sexta (30). A suspeita foi encaminhada nesta segunda-feira (2) para o presídio Evaristo de Moraes. De acordo com a categoria, Kelly não agiu sozinha, existe um grupo de extermínio dentro do presídio que estaria envolvido nas mortes dos agentes. A mulher, segundo os agentes, seria uma prova viva sobre o caso. 

"Saiu uma ordem de dentro do presídio para matá-la e a categoria quer que ela fique viva para esclarecer. Inicialmente não posso comprovar, mas sempre teve lista com nome de servidores e ela é um arquivo vivo. A nossa profissão é de extremo risco e há anos pedimos condições de trabalho e remuneração digna", alega Marques.

De acordo com o sindicato, a categoria pretende ingressar com um pedido na Justiça para que a suspeita possa ficar presa não no presídio, mas em um local seguro para que ela possa servir de prova da existência dessas facções.

De acordo com o delegado Jarlen Alexandre, coordenador da Defla, a remoção foi feita por medida de segurança, tendo em vista que a mulher confessou ter matado um agente penitenciário. "Houve uma determinação para que ela fosse removida para Sena Madureira e lá vai aguardar o posicionamento da Justiça", destaca.

Enquanto aguardavam notícias da Delegacia de Flagrantes na noite desta segunda (3), agente confirmaram que sofrem constantes ameaças dentro do presídio. "Cheguei a receber três ameaças de morte no mesmo dia", conta um dos servidores, que deve ter a identidade preservada. Além disso, eles dizem que os presos alegam saber onde moram e ameaçam também as famílias.

O sindicato pretende cobrar do Estado mais segurança e reforço dentro do presídio. "Queremos também que o governador solicite a Força Nacional, porque nosso problema um é a falta de efetivo e o dois é a falta de estrutura. Não é questão orçamentária e sim da integridade física das vidas de servidores e familiares. A categoria está aflita", desabafa.

Duas execuções em menos de três dias
Dois agentes penitenciários foram executado em menos de três dias em Rio Branco. Edmilson da Silva Freire, de 44 anos, foi encontrado morto com seis tiros na cabeça na noite de sexta-feira (30), dentro do banheiro da casa dele no Conjunto Universitário, em Rio Branco. Kelly Tavares, de 22 anos, é apontada como autora do crime. Ela foi presa no local e encaminhada à Delegacia de Flagrantes, onde afirmou que os dois tinham um caso amoroso e o crime foi motivado por vingança. Na segunda-feira (2), ela foi encaminhada para o presídio em Sena Madureira.

O agente penitenciário Anderson Albuquerque, de 29 anos, foi morto com dez tiros na noite desta segunda-feira (2), no Bairro da Paz, nas proximidades da Faculdade Meta (Fameta), em Rio Branco. Albuquerque atuava há seis anos como agente e trabalhava na Unidade de Recolhimento Provisório (URP), do Presídio Francisco D'Oliveira Conde.

G1

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