quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Fonte G1

MP-PR denuncia 33 presos por motim na Penitenciária Estadual de Cascavel

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou, nesta terça-feira (3), 33 pessoas suspeitas de participar da rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no oeste do Paraná. O motim aconteceu entre os dias 24 e 26 de agosto de 2014 e terminou com cinco mortes. Entre os denunciados, seis presos são considerados pelo órgão como líderes do conflito.
Em dezembro de 2014, A Polícia Civil indiciou 31 pessoas por cinco crimes: homicídio, tortura, dano ao patrimônio público e vilipêndio de cadáver – desrespeito ao corpo humano. O MP-PR analisou o inquérito da polícia e ouviu mais 100 pessoas, como detentos e servidores públicos, antes de oferecer a denúncia ao Poder Judiciário.
A conclusão, conforme o MP-PR, foi de um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões ao estado, duas tentativas de assassinato, além das cinco mortes que ocorreram, dois casos de vilipêndio e 25 casos de torturas.
Os promotores do caso, Eduardo Labruna Daiha e Guilherme Carneiro de Rezende, denunciaram os seis presos, considerados como líderes do motim, por participação nos cinco crimes, e também por crime de motim e formação de quadrilha. De acordo com o MP-PR, os líderes tinham o controle sobre todos os rebelados e apontavam quem deveria ser assassinado e de que forma.
Ainda segundo o MP-PR, os outros 27 presos vão responder de acordo com a participação de cada um no conflito como apontado na denúncia. O MP-PR também pediu a prisão preventida dos 33 suspeitos, já que alguns presos podem estar em liberdade.
A rebelião
A rebelião na PEC começou por volta das 6h30 do dia 24 de agosto e teve início no momento em que o café da manhã era entregue aos detentos, de acordo com o advogado dos agentes penitenciários, Jairo Ferreira. Para sair da primeira cela, durante a madrugada, os presos serraram uma das trancas e, em seguida, abriram as demais celas. Segundo a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), 15 agentes penitenciários estavam trabalhando na unidade quando começou a rebelião.
Após saírem das celas, os detentos invadiram o telhado da prisão, queimaram colchões e hastearam a bandeira de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios no país.
Conforme a Seju, os presos reclamavam da estrutura, alimentação e higiene da unidade. Eles também pediam relaxamento nas visitas e mais diálogo com a direção do presídio. Ao todo, 800 presos foram transferidos para outras prisões do estado.
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