SP: 23 PMs são condenados por 

mortes no Massacre do Carandiru

Os policiais vão responder em liberdade, e não há prazo para nenhum ir para a cadeia. A pena foi de 156 anos para todos os condenados.

Os 23 policiais militares condenados pela morte de presos no Massacre do Carandiru vão responder em liberdade, e não há prazo para nenhum dos condenados ir para a cadeia. Isso só vai ser definido depois que todos os recursos da defesa forem analisados.

O julgamento terminou no domingo (21), e os policiais responderam pela morte de 15 dos 111 presos que morreram no massacre, há mais de 20 anos.

A pena de 156 anos foi a mesma para os 23 condenados. Três policiais foram absolvidos porque não estavam no lugar onde ocorreram as mortes. “A pena imposta aos acusados será cumprida em regime inicial fechado. Faculto aos réus o direito de recorrer em liberdade”, disse o juiz Luiz Augusto Marzagão.

Os réus, os jurados, promotores e a defesa ficaram atrás da porta do plenário por seis dias. A última parte do julgamento foi difícil. Na sala secreta, os jurados responderam a 1,560 mil perguntas. Foram quatro quesitos para cada um dos 26 réus, sobre as 15 vítimas.

Na sábado, acusação e defesa foram para os debates. O promotor disse: “Ninguém é acusado de pisar lá dentro, mas de ter atirado”. A advogada respondeu: “Qual desses réus atirou e matou esses 15 presos?”.

A promotoria convenceu os jurados. “Parece que a conduta inadequada desses policiais especificamente mereceu resposta, punição, o que não denigre nada a Polícia Militar como instituição”, disse o promotor Márcio Friggi.

A defesa já recorreu. “Eu esperava nenhuma condenação. E eu esperava mais do que isso: eu esperava o reconhecimento da ação legítima”, afirmou a advogada Ieda Ribeiro de Souza.

Outros 53 policiais militares ainda vão ser julgados pela morte de 96 presos que estavam na Casa de Detenção do Carandiru. Serão mais dois julgamentos, mas ainda não há data marcada para eles acontecerem.

• São Paulo