Em conversa com o juiz de Execuções Penais e corregedor do presídio, Henrique Baltazar, o presidente do CNJ quis saber detalhes sobre a situação dos presos, se tinham banho de sol, acesso a serviços de saúde e visitas íntimas
22/04/13, 10:29D |
No local, o minstro Joaquim Barbosa constatou a situação degradante a que estão submetidos os mais de 160 apenados daquele pavilhão. Ao todo, Alcaçuz abriga mais de mil condenados. No Pavilhão II, o presidente do CNJ se deparou com um cenário “caótico e desumano”. Celas sem ventilação ou iluminação, gambiarras nas fiações elétricas, urina escorrendo pelos corredores, estrutura física do pavilhão completamente degradada, forte cheiro de urina e fezes, além de problemas com o sistema de esgoto, que está empoçado ao lado do local.
Em conversa com o juiz de Execuções Penais e corregedor do presídio, Henrique Baltazar, o presidente do CNJ quis saber detalhes sobre a situação dos presos, se tinham banho de sol, acesso a serviços de saúde e visitas íntimas. Mas o que mais chamou sua atenção foram as condições precárias da infraestrutura e a situação dos apenados.
“Muito pouco ou quase nada foi feito do último mutirão para cá. As coisas não evoluíram. As autoridades deste estado precisam refletir seriamente sobre esse problema. É um avanço civilizacional que precisa ser feito urgentemente porque as consequências desse descaso, desse abandono, se refletem no desassossego social”, declarou o ministro em entrevista à imprensa.
Questionado sobre quais medidas deveriam ser tomadas para melhorar essa situação, o minstro Joaquim Barbosa disse que “o governo do estado sabe muito bem o que precisa ser feito, já há dois anos". "Nada foi feito, há reclamações de que há entraves administrativos. Me prontifiquei a conversar com a governadora do estado e o ministro da Justiça para remover esses entraves”, ressaltou.
O presidente do CNJ frisou que a solução dos problemas do sistema carcerário é de competência do Poder Executivo local. “Não somos nós, o Judiciário, que temos de tomar a medida a ser feita. O que falta aqui, na verdade, é a tomada de deliberações concretas no sentido de pelo menos minimizar uma situação que é caótica, que é desumana”. A visita à penitenciária foi o último compromisso do presidente do CNJ no estado.
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