Bala que matou adolescente saiu da arma de agente
de presídio em MG
Crime ocorreu há mais de um ano no Presídio Jacy de Assis em Uberlândia.
Polícia Civil conclui o inquérito e indiciou agente por homicídio doloso.
Delegados da Polícia Civil apresentaram conclusão
do inquérito (Foto: Hismênia Keller/G1)
do inquérito (Foto: Hismênia Keller/G1)
O inquérito que apurou a morte de um adolescente de 16 anos, há mais de um ano, foi concluído e apresentado pelos delegados da Polícia Civil Rogério Martinez e Cirano de Almeida na tarde desta segunda-feira (16), na Delegacia de Homicídios de Uberlândia.
Segundo as investigações, o agente do Presídio Professor Jacy de Assis, Tiago Lucas Ferreira, foi o responsável pelo disparo que matou o adolescente na noite do dia 31 de dezembro de 2010, no Bairro São Jorge, próximo ao presídio. O agente foi indiciado por homicídio doloso e o inquérito será entregue ao Ministério Público (MP).
O delegado Rogério Martinez disse que a demora na conclusão do caso ocorreu devido à quantidade de provas e depoimentos a serem analisados. “Foi uma investigação complexa e precisávamos aguardar pelo resultado dos exames encaminhados a Belo Horizonte”, comentou.
Durante as investigações, o agente foi chamado para prestar depoimento e negou ter feito o disparo. Ele alegou que havia várias pessoas transitando na rua no dia do crime. “Os exames de balística e da reconstituição do crime provaram que o projétil saiu da murada leste ou de uma das guaritas do presídio e foi disparado por uma pessoa que estaria em pé. Descartando assim a possibilidade de outras pessoas que estavam na rua terem cometido o crime, como foi dito no depoimento do agente", explicou Martinez.
As armas dos 13 agentes que trabalharam no dia 31 foram periciadas em Belo Horizonte. O exame de balística apontou que a arma usada no crime foi um revólver calibre 38. Entretanto, outro fato chamou a atenção da polícia, segundo informou o delegado: “O agente registrou um boletim de ocorrência em Morrinhos, GO, um mês após o crime de furto de uma arma de uso pessoal. Como havia contradição no que o agente declarou à delegada de plantão da cidade, isso confirmou as suspeitas, uma vez que o projétil não saiu das 13 armas periciadas”, explicou o delegado, que disse ainda não ter encontrado a arma de uso pessoal do agente. O inquérito será encaminhado ao MP, onde o indiciamento será analisado.
O diretor adjunto do presídio Jacy de Assis, Rafael Rodrigues dos Santos, informou que até o momento não foram notificados oficialmente da situação do agente Thiago Lucas Ferreira. O diretor do presídio, Adanil Firmino, disse por telefone que o agente está afastado por questões médicas há 90 dias. Comentou ainda que está de férias e apenas na próxima segunda-feira (23) terá acesso ao processo criminal, mas adiantou que vai haver um processo administrativo porque foi constatado que o agente usou uma arma particular e que os agentes só podem usar armas de propriedade do estado dentro do presídio.
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