quinta-feira, 8 de março de 2012


Presos fazem greve de fome na penitenciária Nelson Hungria B.H

Detentos protestam contra problemas na penitenciária e não descartam rebelião
Mulheres dizem que maridos estão em condições precárias na Nelson Hungria
 
Um barril de pólvora prestes a explodir. É assim que os presos consideram a situação da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Desde domingo, eles fazem uma greve de fome, cobrando melhorias no sistema. Caso não sejam atendidos, podem começar uma rebelião, com ataques a ônibus, como ocorrido no ano passado. 
"Depois, eles não sabem o porquê da violência aqui fora. Ela começa lá dentro", afirma uma vendedora de 27 anos, mulher de um preso. Ontem, ela e outras companheiras de detentos estiveram na penitenciária acompanhando visita de representantes da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais à unidade.
De acordo com o deputado Durval Ângelo (PT), no último fim de semana, os presos haviam combinado uma rebelião, seguida de ataques a ônibus, para reclamar de uma série de problemas listados em uma carta redigida por eles e à qual o Super teve acesso. Conforme o texto, estariam faltando médicos na unidade, medicamentos, cobertores, lençóis, alimentação adequada, e, além disso, as mulheres estariam passando por constrangimentos durante as visitas. 
"Estamos sendo obrigados a conviver com humilhações, covardias e injustiças", diz um trecho do texto. 
As marmitex estão sendo amontoadas no pátio, segundo uma vendedora de 27 anos, mulher de um preso. De acordo com ela, quem não participar da greve pode ser morto. A ameaça vale para todos os presos, incluindo o goleiro Bruno e o Macarrão.
Equipe da Suapi irá avaliar reivindicações
Uma equipe da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), acompanhada por representantes da Vara de Execuções Penais de Contagem e do deputado estadual João Leite, se reuniu com os detentos na tarde de ontem. As reivindicações serão avaliadas pela subsecretaria.
A curto prazo, ficou definido que a unidade irá contratar médicos para ampliar a quantidade de atendimentos. Sobre a revista íntima, foi informado que ela só é aplicada a gestantes e crianças, que não podem passar pelo aparelho de raio X por causa de recomendações médicas. Cada detento pode ter um cobertor e um lençol por vez, dentro da cela, por questões de segurança. Quanto aos supostos espancamentos, segundo a Suapi, não houve nenhum registro.
As denúncias de desvios de condutas de agentes apresentadas pelos presos serão levadas à Corregedoria do Sistema Prisional. (RV
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