sexta-feira, 12 de agosto de 2011


  
Escolas estaduais à procura de professores substitutos

Previsão de algumas escolas é de que as aulas com os educadores provisórios comecem na próxima quarta-feira


LUCAS PRATES
Professores
Paralisação dos servidores da educação já dura cerca de 60 dias
Enquanto diretores de escolas estaduais se mobilizam para contratar professores substitutos que deverão preencher as vagas dos grevistas no Ensino Médio, alguns profissionais decidiram voltar ao trabalho. É o caso da Escola Estadual Mario Elias de Carvalho, no Bairro Jardim Riacho das Pedras, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Treze professores que estavam em greve desde o dia 8 de junho resolveram retomar as aulas.

“Decidi abandonar a greve porque sou arrimo de família e os dias parados estavam sendo descontados no contracheque. Tenho meus compromissos para pagar. Sou concursada, mas boa parte dos professores que votaram pelo retorno às aulas é contratado e ficaram com medo de perder o emprego depois que o governo autorizou novas designações”, diz Lizete Maria Leal Almeida, de 52 anos, professora do Ensino Médio na instituição.

Segundo a diretora da escola, Juliana Alves Araújo, a decisão de voltar ao trabalho foi tomada após uma reunião entre os professores grevistas na noite de quarta-feira. “Aqui na escola 40 alunos do Ensino Médio, no turno da noite, foram prejudicados pela greve. Ainda bem que não vou precisar contratar substitutos”, afirma.

Já na Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central), no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de BH, onde estava previsto para esta sexta-feira (12) o retorno das aulas para o 3º ano do Ensino Médio com professores substitutos, a diretora Maria José Duarte informou, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação (SEE), que uma reunião com o Colegiado da unidade de ensino será realizada nesta sexta para definir os últimos detalhes das contratações.

A previsão é de que as aulas com os educadores provisórios comecem na próxima quarta-feira, para o turno da manhã, e na quinta-feira, para os alunos do período noturno. Na instituição, 40 dos 146 professores aderiram à paralisação.

“As disciplinas mais afetadas com a greve no Estadual Central são Geografia, História, Filosofia e Sociologia. Não teremos como recuperar o conteúdo perdido durante os dias sem aula. O Enem está batendo na nossa porta. O sentimento entre os alunos é de incerteza e insatisfação. Não sabemos se a contratação de substitutos vai dar certo”, diz Vitor Diniz, de 17 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio e membro do Conselho Colegiado.

Na Escola Estadual Leonina Mourthe de Araújo, no Bairro São Bendito, em Santa Luzia, 280 alunos estão prejudicados pela greve, mas a direção já se articula para contratar 11 profissionais para o 3º ano. “Acredito que na semana que vem as contratações sejam iniciadas”, diz um funcionário que pediu para não ser identificado.
A SEE não soube informar o número de contratações substitutas pedidas pelos diretores das 378 escolas afetadas pelo movimento grevista. Em Minas, 2.148 escolas oferecem o Ensino Médio.

“Essa é uma contratação de desespero. Essa medida vai ajudar a repor os dias parados, mas o conteúdo perdido não. Os alunos já estão prejudicados e, para se saírem bem na provas do Enem ou nos vestibulares, terão que fazer cursinho e estudar em casa”, avalia Mário de Assis, presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas (Fapaemg).

No último dia 9, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE) impetrou um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para impedir a contratação de professores substitutos. Até esta quinta-feira (11) o documento ainda não tinha sido julgado

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