Guarda municipal de BH denuncia falta de preparo para agir em manifestações
Ocupação da Câmara Municipal, no último sábado, terminou em confronto
A Guarda Municipal de Belo Horizonte não está preparada para agir em manifestações. A denúncia é de um agente que integra a corporação há sete anos. De acordo com o guarda, ninguém da instituição foi preparado para enfrentar casos graves de confronto.
— Nós nunca trabalhamos ou fizemos treinamento com aquele material utilizado na Câmara Municipal.
No último sábado, quando manifestantes ocuparam a sede do legislativo da capital mineira, houve tumulto entre o grupo e os guardas que faziam a segurança do local.
O agente também denuncia que os equipamentos usados para conter tumultos não funcionam. Os polêmicos sprays de pimenta estariam com a validade vencida e alguns teriam até “virado água”.
— A maioria dos nossos equipamentos de proteção individual está com problemas e esses problemas não são sanados pela nossa superintendência.
O episódio ocorrido na Câmara colocou em cheque o preparo da guarda para agir em casos de crise. Para Severo Augusto, especialista em segurança, a corporação não deveria atuar nos chamados distúrbios civis, que seriam de responsabilidade apenas da Polícia Militar.
— A Guarda Municipal tem uma função muito específica que é de zelar pelo patrimônio do município.
Para Augusto, além de não ter a função de controlar manifestações, a guarda não está preparada para isso.
— A Guarda Municipal de Belo Horizonte não teve treinamento adequado para atuar nesse tipo de distúrbio. No caso da Polícia Militar, os militares que atuam no Choque são policiais com muita experiência e, acima de tudo, com uma preparação psicológica especial.
A prefeitura informou que os equipamentos usados pelos guardas são autorizados pelo Exército e que os profissionais passaram por treinamento antes de assumir a função. O órgão ainda afirmou que a denúncia de que os equipamentos não funcionam é "inverídica".
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