segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quem disse que a profissão de agente penitenciário é a segunda mais perigosa do mundo?


Quem disse que a profissão de agente penitenciário é a segunda mais perigosa do mundo?


O estudo não é ‘de ontem’. Mas de lá para cá, pouco mudou. A tese continua valendo.


Se a Organização Internacional do Trabalho anunciasse, após análises e estudos, que a profissão de agente penitenciário é a segunda mais corrupta do mundo, certamente a manchete faria a ‘farra’ de muitos jornais. Mas não vai ser dessa vez. De acordo com a OIT, quem decide por fazer do presídio o seu local de trabalho está simplesmente abraçando a segunda profissão mais perigosa entre todas.


O estudo não é ‘novo’. Foi publicado no ano de 2008. Mas diante do ínfimo [ou nenhum] investimento no sistema prisional do país nesses três anos, se a notícia for publicada amanhã fará o mesmo efeito.
O agente penitenciário está em contato direto com os presos. Quem abre as celas para o banho de sol? É o agente. Quem faz a contagem diária dos presos? É o agente. Quem tira o preso da cela para receber o advogado? É o agente. Quem faz revistas nas celas? O agente. Quem revista a comida, a roupa e os visitantes quem entram no presídio? O agente.
FONTE BLOG A POEIRA 


Quem socorre o preso que está sendo esfaqueado pelos ‘colegas’ de cela? Quem vai com o preso até a casa dele, muitas vezes numa favela dominada pelos seus ‘parceiros’, quando morre algum parente do apenado e este tem o direito de comparecer ao velório?
Quem entra nos pavilhões sem nunca na vida ter usado um colete a prova de balas? Quem faz escolta de presos perigosos nessa mesma situação e chega a ‘rir’ quando observa, nas ocasiões em que a PM dá apoio, todos os policiais da guarnição usando o colete?
Quem entra para a ‘lista’ dos criminosos quando 100, 200 ou 500 pedras de crack são apreendidas dentro do presídio, causando assim um prejuízo de R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 5 mil aos chefes do tráfico? Quem é obrigado a depor, em juízo, toda vez que flagra os presos traficando no presídio? Quando um criminoso tem sua pena aumentada dessa forma (ou seja, deverá passar mais algum tempo na cadeia), ele vai descarregar sua mágoa em quem?
Números
Os dados que seguem são resultado de pesquisas encomendadas por academias penitenciárias Brasil afora:
  • 30% dos trabalhadores em presídios têm consumo elevado de bebidas alcoólicas e um em cada dez sofre de transtornos psicológicos;
  • 9% usavam medicamentos;
  • 81% tinham problemas digestivos;
  • Para 90%, a renda deveria ser maior;
  • Para 71%, a alimentação era ruim ou malfeita;
  • Para 72%, o ambiente de trabalho era ruim ou desagradável;
  • 73% sentiam que tinham a vida ameaçada em sua atividade de trabalho.


Fatos
Uma matéria como esta pode até soar ‘suspeita’ quando publicada pelo ParaibaemQAP, visto que tentamos mostrar a segurança pública por um ângulo que ‘pouco interessa’ a muita gente. Mas quem vai suspeitar da Organização Internacional do Trabalho?
Na mesma publicação, a OIT apontou a profissão dos mineradores como a primeira mais perigosa, devido os riscos de desabamento.

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