Exclusivo: Tortura de detentos no presídio de Monlevade é denunciada ao Ministério Público.
Uma denúncia de crimes de tortura no Presídio de João Monlevade foi protocolada na tarde desta segunda-feira, 12, no Ministério Público. Pelo menos dez detentos teriam sido vítimas de agressão e espancamento, nos últimos dois meses. Como já informou o Bom Dia, na semana passada, o assunto repercutiu na Câmara Municipal, quando a vereadora Dorinha Machado (PMDB) classificou supostas agressões de covardia contra detentos.
Consta na denúncia apresentada ao Ministério Público que, recentemente, foi registrada uma discussão na cela 8 do presídio. Contudo, agentes penitenciários teriam promovido abuso de poder para solucionar o problema. "(...) houve somente uma discussão entre os presos, não havendo agressão física entre eles, porém, o GIT (Grupo de Intervenção Tática) usou este fato como pretexto para adentrarem na referida cela e torturarem o preso Lucas Santos", relata.
Também consta na denúncia apresentada ao MP, a qual o Bom Dia teve acesso com exclusividade, que os detentos Ítalo Vitor Ferreira dos Santos, Vaniezio Bruno Paulo da Silva e Wagner Alisson Vieira teriam presenciado as agressões. Dias depois, uma nova discussão na cela 8 culminou com espancamento dos presos que teriam sido testemunhas de espancamentos contra o detento Lucas. "Os agentes Abrantes, Reinaldo, Felipe, Leonardo e o inspetor Melquíades espancaram os presos: Ítalo, Vaniezio e Wagner e os três foram transferidos para a Cela de Castiga", informa.
A denúncia também relata uma cena de agressão envolvendo o preso Cristiano Júnior quem teria sido transferido recentemente do presídio de Itabira para João Monlevade. O detento teria sido impedido de receber a refeição do dia e "os agentes que receberam o preso Cristiano Junior, estando algemado para trás, foi brutalmente torturado por agentes e inclusive pelo diretor geral Sr. Luiz Henrique Rosa", relata.
Ainda segundo a denúncia, após as agressões, o detento Cristiano teria sido algemado nas grades do pátio debaixo de um sol forte. Após queixar de fome o diretor de segurança do presídio, identificado por Wellington José, teria respondido que toda a comida do local havia sido jogada no lixo. Também consta na denúncia que o detento Cristiano teria permanecido algemado nas grades do pátio das 12h às 15h.
O autor da denúncia disse ter procurado a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de João Monlevade, vereadora Dulcinéia Caldeira (PT), mas não foi possível contato com a parlamentar. O agente garante que mesma denúncia será protocolada na Procuradoria Geral de Justiça, ainda esta semana.
O agente autor das denúncias lembrou que esta não é a primeira vez que o presídio de Monlevade registra crimes de tortura contra detentos. Em 2009, o preso identificado por Elington Moraes Félix teria sido vítima de queimaduras durante a transferência dele para o presídio de Rio Piracicaba. "Colocaram thinner (solvente) na cueca dele. O caso foi investigado pela Corregedoria, mas tudo terminou em pizza", criticou.
Questionamentos foram enviados à Assessoria de Comunicação da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), mas o órgão alegou que só irá se manifestar após ser notificado das denúncias.
FONTE:www.cidademais.com.br
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