Bonde" criminoso desafia os policiais
Trinta dias e uma onda de assaltos a caixa eletrônicos e bancos eclodiu de norte a sul do Pará, levando pânico, terror, morte e baleamento de policiais em vários confrontos. Na maioria das ocorências, o aparato policial ficou em desvantagem por causa do armamento utilizado pelas quadrilhas.
As organizações criminosas que tentam se instalar com células dentro de presídios geraram duas megaoperações das polícias Civil e Militar, tendo à frente a Susipe. Em menos de quinze dias o serviço de inteligência tinha como certo um informe dando conta de uma grande ação partindo dos presídios, que estavam com mais de 300 celulares e armamento pronto para desafiar o Estado.
Como o setor de inteligência “ganhou o movimento” dentro das cadeias, as ações partiram para fora, tendo como destaque a tentativa de assalto na empresa Prosegur, filial de Marabá, no sul do Pará.
Um especialista em segurança, consultado pelo DIÁRIO, acredita que, após um insucesso de uma quadrilha em Marabá, veio a autorização do crime organizado “para tirar o prejuízo em algum lugar”.
Sem prender ninguém do “caso Prosegur” em Marabá, o grupo organizado se desmembrou para “tirar o prejuízo” através de assaltos aos caixas eletrônicos de Curuçá em 28/11, Canaã dos Carajás, em 29/11, Marabá, em 07/12, fazendo uso de explosivos, aos bancos de Jacundá em 02/12, e novamente Canaã dos Carajás 06/12.
Cinco bancos assaltados em 15 dias
Pode ser um fato isolado, mas a cronologia e os “modus operandi” das quadrilhas que vêm desafiando o sistema de segurança pública do Estado, assaltando bancos e caixas eletrônicos, principalmente no interior, mereceram uma resposta rápida da Segup.
Até agora foram registrados 55 assaltos a banco em modalidades que vão do estouro de caixas eletrônicos, “sapatinhos”, “vapor”, sendo a maioria em agências lotadas de clientes e funcionários, que acabam feitos reféns em cidades pequenas, no interior, sempre sob muita tensão e pânico.
Para coibir a ação criminosa de grupos organizados no Estado, a Secretaria de Segurança Pública criou uma força tarefa com bases montadas em Marabá, Tucuruí e Redenção, que deve permanecer na região por tempo indeterminado e cujo trabalho de investigação vai acontecer em caráter sigiloso.
A força tarefa terá como responsável o delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza, um profissional dos mais respeitados em investigação de quadrilhas, enquanto o tenente-coronel José Edson Bentes coordena as ações da Polícia Militar nas regiões de sua jurisdição.
A força tarefa não divulga o número de policiais civis e militares envolvidos na operação, mas vai contar com o apoio do Grupamento Aéreo e do Grupo de Pronto Emprego, coordenado pelo delegado Raimundo Benassuly Júnior, e o Centro Integrado Estratégico, através do Serviço de Inteligência.
CINCO ASSALTOS
Estava tudo muito calmo nas regiões sul e sudeste do Pará. A calmaria ficava por conta de um plano audacioso de um grupo organizado, que tinha como meta tomar de assalto a empresa Prosegur, em Marabá, utilizando um túnel, depois de alugar uma residência como a desculpa que ali funcionaria uma empresa.
O DIÁRIO teve acesso com exclusividade ao relatório da inspetoria de segurança da empresa que seria vítima do bando. O plano foi descoberto um dia antes do crime ser consumado, após funcionários da empresa ouvirem barulho por debaixo do assoalho.
O delegado Alberto Teixeira, superintendente de Marabá, esteve na empresa e constatou “sons esquisitos vindo do solo e, durante uma rápida varredura pela vizinhança. Uma senhora também relatou ter ouvido durante dias barulho que pareciam vir do solo, mas pensou se tratar se ratos”, disse Teixeira.
As investigações continuaram depois que se obteve o orçamento para a sondagem do solo com as perfurações de buracos no depósito e corredor da tesouraria. Então foi encontrado o túnel que já estava junto à parede do cofre forte.
Com base nestas informações, um policial desceu pelo túnel que tinha sua origem na travessa Demóstenes Filho nº 101, bairro Novo Horizonte, sendo informado pela proprietária que a casa teria sido alugada no inicio de outubro para servir de alojamento para empregados de uma suposta empresa denominada T. Valente, recebendo adiantando três meses de aluguel.
INFRA-ESTRUTURA
No local foi encontrada toda uma infra-estrutura de apoio com luz elétrica dentro do túnel, sistema de ventilação por duto, sistema de escoramento das paredes do túnel para evitar desmoronamentos, carrinhos para o transporte dos malotes, macaco hidráulico, serra elétrica, rádio de comunicação, trena eletrônica e maquete da base.
Com a perda do objetivo, o grupo se dividiu e resolveu partir para ações rápidas e na sequencia explodiram caixas eletrônicos em Canaã dos Carajás, Curuçá, e assaltaram agências bancárias em Jacundá, Canaã dos Carajás e, novamente, tentaram explodir um caixa eletrônico da rede 24 horas no bairro São Félix em Marabá.
Os mais violentos foram em Canaã dos Carajás que, pela segunda vez em menos de uma semana, foi “visitado” pelas quadrilhas e o de Jacundá, quando houve intensa troca de tiros seguida da morte do cabo Timóteo, da 11ª CIPM - Rondon e outros dois militares feridos durante acidente de carro perseguindo a quadrilha. O que chama a atenção são as estratégias da quadrilha, que utiliza armamento pesado. Tudo, inclusive, “sai como planejado”. “Isso comprova que estamos diante de uma organização criminosa perigosa e que as policias civil e militar se desdobram para desarticulá-la”, informa um policial, que prefere não se identificar.
(Diário do Pará)
As organizações criminosas que tentam se instalar com células dentro de presídios geraram duas megaoperações das polícias Civil e Militar, tendo à frente a Susipe. Em menos de quinze dias o serviço de inteligência tinha como certo um informe dando conta de uma grande ação partindo dos presídios, que estavam com mais de 300 celulares e armamento pronto para desafiar o Estado.
Como o setor de inteligência “ganhou o movimento” dentro das cadeias, as ações partiram para fora, tendo como destaque a tentativa de assalto na empresa Prosegur, filial de Marabá, no sul do Pará.
Um especialista em segurança, consultado pelo DIÁRIO, acredita que, após um insucesso de uma quadrilha em Marabá, veio a autorização do crime organizado “para tirar o prejuízo em algum lugar”.
Sem prender ninguém do “caso Prosegur” em Marabá, o grupo organizado se desmembrou para “tirar o prejuízo” através de assaltos aos caixas eletrônicos de Curuçá em 28/11, Canaã dos Carajás, em 29/11, Marabá, em 07/12, fazendo uso de explosivos, aos bancos de Jacundá em 02/12, e novamente Canaã dos Carajás 06/12.
Cinco bancos assaltados em 15 dias
Pode ser um fato isolado, mas a cronologia e os “modus operandi” das quadrilhas que vêm desafiando o sistema de segurança pública do Estado, assaltando bancos e caixas eletrônicos, principalmente no interior, mereceram uma resposta rápida da Segup.
Até agora foram registrados 55 assaltos a banco em modalidades que vão do estouro de caixas eletrônicos, “sapatinhos”, “vapor”, sendo a maioria em agências lotadas de clientes e funcionários, que acabam feitos reféns em cidades pequenas, no interior, sempre sob muita tensão e pânico.
Para coibir a ação criminosa de grupos organizados no Estado, a Secretaria de Segurança Pública criou uma força tarefa com bases montadas em Marabá, Tucuruí e Redenção, que deve permanecer na região por tempo indeterminado e cujo trabalho de investigação vai acontecer em caráter sigiloso.
A força tarefa terá como responsável o delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino de Souza, um profissional dos mais respeitados em investigação de quadrilhas, enquanto o tenente-coronel José Edson Bentes coordena as ações da Polícia Militar nas regiões de sua jurisdição.
A força tarefa não divulga o número de policiais civis e militares envolvidos na operação, mas vai contar com o apoio do Grupamento Aéreo e do Grupo de Pronto Emprego, coordenado pelo delegado Raimundo Benassuly Júnior, e o Centro Integrado Estratégico, através do Serviço de Inteligência.
CINCO ASSALTOS
Estava tudo muito calmo nas regiões sul e sudeste do Pará. A calmaria ficava por conta de um plano audacioso de um grupo organizado, que tinha como meta tomar de assalto a empresa Prosegur, em Marabá, utilizando um túnel, depois de alugar uma residência como a desculpa que ali funcionaria uma empresa.
O DIÁRIO teve acesso com exclusividade ao relatório da inspetoria de segurança da empresa que seria vítima do bando. O plano foi descoberto um dia antes do crime ser consumado, após funcionários da empresa ouvirem barulho por debaixo do assoalho.
O delegado Alberto Teixeira, superintendente de Marabá, esteve na empresa e constatou “sons esquisitos vindo do solo e, durante uma rápida varredura pela vizinhança. Uma senhora também relatou ter ouvido durante dias barulho que pareciam vir do solo, mas pensou se tratar se ratos”, disse Teixeira.
As investigações continuaram depois que se obteve o orçamento para a sondagem do solo com as perfurações de buracos no depósito e corredor da tesouraria. Então foi encontrado o túnel que já estava junto à parede do cofre forte.
Com base nestas informações, um policial desceu pelo túnel que tinha sua origem na travessa Demóstenes Filho nº 101, bairro Novo Horizonte, sendo informado pela proprietária que a casa teria sido alugada no inicio de outubro para servir de alojamento para empregados de uma suposta empresa denominada T. Valente, recebendo adiantando três meses de aluguel.
INFRA-ESTRUTURA
No local foi encontrada toda uma infra-estrutura de apoio com luz elétrica dentro do túnel, sistema de ventilação por duto, sistema de escoramento das paredes do túnel para evitar desmoronamentos, carrinhos para o transporte dos malotes, macaco hidráulico, serra elétrica, rádio de comunicação, trena eletrônica e maquete da base.
Com a perda do objetivo, o grupo se dividiu e resolveu partir para ações rápidas e na sequencia explodiram caixas eletrônicos em Canaã dos Carajás, Curuçá, e assaltaram agências bancárias em Jacundá, Canaã dos Carajás e, novamente, tentaram explodir um caixa eletrônico da rede 24 horas no bairro São Félix em Marabá.
Os mais violentos foram em Canaã dos Carajás que, pela segunda vez em menos de uma semana, foi “visitado” pelas quadrilhas e o de Jacundá, quando houve intensa troca de tiros seguida da morte do cabo Timóteo, da 11ª CIPM - Rondon e outros dois militares feridos durante acidente de carro perseguindo a quadrilha. O que chama a atenção são as estratégias da quadrilha, que utiliza armamento pesado. Tudo, inclusive, “sai como planejado”. “Isso comprova que estamos diante de uma organização criminosa perigosa e que as policias civil e militar se desdobram para desarticulá-la”, informa um policial, que prefere não se identificar.
(Diário do Pará)
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