Júri absolve acusado de matar policial militar
Acusado
de integrar o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) e com
antecedentes criminais de tráfico de drogas, Adriano dos Santos Valentim, o
Feijão, de 33 anos, foi absolvido em Júri popular no Fórum de São Vicente pela
execução a tiros de um policial militar. Apenas uma testemunha, indicada pela
defesa, depôs em plenário. Ela presenciou o crime e disse que o réu não o
cometeu.
De
acordo com a testemunha, dois rapazes franzinos, aparentando ser menores de
idade, foram os autores do homicídio. Ela alegou que não chegou a ver os seus
rostos, mas a compleição física de ambos é bem menor que a de Feijão,
descartando o envolvimento do acusado no assassinato. Durante o processo,
testemunhas protegidas reconheceram o réu e disseram que temiam sofrer
represálias.
Com
base no depoimento da testemunha e no interrogatório do réu, que negou qualquer
envolvimento na morte do policial, os advogados João Manoel Armôa Júnior e
William Cláudio Oliveira dos Santos sustentaram a tese de negativa de autoria,
acolhida pelos jurados. Feijão atribuiu às suas passagens criminais o fato de
ter sido acusado pelo homicídio.
O
promotor Marcos Neri de Almeida queria a condenação por homicídio qualificado e
furto qualificado, o que sujeitaria o acusado a pena de 14 a 38 anos de
reclusão. Sob a presidência da juíza Débora Faitarone, o júri ocorreu na última
terça-feira (12/6). Apesar da absolvição, Feijão voltou à Penitenciária Nestor
Canoa (Mirandópolis I). Ele cumpre duas penas por tráfico e é réu em dois
processos por este mesmo delito.
Tiros e pedrada
Morador na Vila Ponte Nova, na periferia de São Vicente, e lotado no 45º Batalhão da Polícia Militar I (Praia Grande), o cabo Antonio Aparecido Kelles, de 47 anos, foi morto no bairro onde residia, em 7 de outubro de 2003. Segundo o Ministério Público, Feijão comandava o tráfico de entorpecentes na área e, agindo com motivo torpe, porque não queria que o seu comércio ilícito fosse atrapalhado pelo policial militar, decidiu matá-lo.
Morador na Vila Ponte Nova, na periferia de São Vicente, e lotado no 45º Batalhão da Polícia Militar I (Praia Grande), o cabo Antonio Aparecido Kelles, de 47 anos, foi morto no bairro onde residia, em 7 de outubro de 2003. Segundo o Ministério Público, Feijão comandava o tráfico de entorpecentes na área e, agindo com motivo torpe, porque não queria que o seu comércio ilícito fosse atrapalhado pelo policial militar, decidiu matá-lo.
Além
da qualificadora do motivo torpe, o MP considerou que o crime foi qualificado
pelo emprego de meio cruel. De acordo com o laudo necroscópico, “a vítima foi
atingida por quatro tiros e sofreu extensa fratura óssea temporofrontal
direita, além de lesão cerebral com afundamento e deformidade craniana”, por
causa do arremesso de uma pedra de grande porte em seu rosto. Os disparos foram de pistola calibre 9
milímetros.
Consumado
o homicídio, ainda conforme a denúncia, o réu se apoderou de objetos que
estavam com o cabo, como celular, par de algemas e um revólver pertencente à
Polícia Militar. Inicialmente, pesava contra Feijão a acusação de latrocínio
(roubo seguido de morte). Porém, durante o processo, o MP entendeu que a sua intenção
era a de matar a vítima, ocorrendo o furto posteriormente, de forma autônoma ao
homicídio.
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