segunda-feira, 12 de março de 2012

Após vandalismo em trens no RJ, PMs de folga patrulharão estações


Após vandalismo em trens no RJ, PMs de folga patrulharão estações

Militares iniciam operação também nas linhas ainda neste semestre.
'Percebemos a necessidade de força policial', diz presidente da SuperVia.

Nathália DuarteDo G1, em São Paulo
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Percebemos a necessidade de uma força policial efetiva, que tenha condições de agir rapidamente"
Carlos José Cunha, presidente da SuperVia
Os recentes flagrantes de passageiros viajando sobre os trens, pendurados ou caminhando pelos trilhos da linha férrea no Rio de Janeiro levaram a SuperVia, empresa responsável pelo serviço de trens urbanos da Região Metropolitana do Rio, a decidir ampliar o sistema de segurança em suas linhas. De acordo com o presidente da concessionária Carlos José Cunha, policiais militares passarão a integrar, a partir de abril, o quadro da segurança da SuperVia.
“Assinamos no início deste mês um convênio com o Governo do Rio de Janeiro e teremos, em cerca de 30 dias, policiais militares trabalhando com a SuperVia em seus horários de folga. O prazo para a inscrição dos interessados já está aberto e nas próximas semanas os policiais militares receberão treinamento para a atuação nas linhas e plataformas. Eles estarão devidamente equipados, armados e fardados”, diz Cunha, em entrevista ao G1.

A decisão de recorrer ao policiamento ocorre poucos meses depois da implantação do novo Centro de Controle da SuperVia, que contou com um investimento de R$ 40 milhões em 2011. De acordo com o presidente da concessionária, já a partir de abril a SuperVia passará a contar com cerca de 40 policiais militares.
“Ainda é um efetivo pequeno, mas hoje trabalhamos apenas com agentes de controle e há uma pequena participação do Núcleo Ferroviário, com cerca de 80 policiais que atuam em rondas. Percebemos a necessidade de uma força policial efetiva, que tenha condições de agir rapidamente”, afirma. A SuperVia estima que serão necessários pelo menos 200 policiais para o monitoramento da segurança em todo o sistema.
Nos últimos meses, apesar do novo Centro de Controle em funcionamento, internautas do G1 registraram ocorrências de passageiros “surfando” sobre trens, pendurados em portas e caminhando pela via após problemas técnicos nas composições. As câmeras de segurança da SuperVia também registraram ocorrências de irregularidades, como o flagrante de passageiros invadindo a bilheteria na Estação Madureira, em fevereiroAssista aos vídeos
As mudanças no perfil da segurança pretendem evitar que casos como esses se repitam. De acordo com a SuperVia, em 2011 foram registradas 198 ocorrências de depredação do patrimônio e vandalismo. O problema é o mais crítico enfrentado pela concessionária no que diz respeito à segurança, e ultrapassa até casos de roubo e furto registrados em trens e plataformas, que juntos somam 59 ocorrências, segundo a SuperVia.
A SuperVia recebe, todos os dias, 540 mil usuários. Para garantir a ordem nos trens e estações, a concessionária conta atualmente com 700 funcionários, entre os quais estão agentes de controle responsáveis por orientar os passageiros e acionar a polícia quando é necessário. Para auxiliar no monitoramento das linhas, a SuperVia conta também com 300 câmeras instaladas. Outras 100 já foram adquiridas e devem entrar em funcionamento nos próximos dias.
“A quantidade de câmeras ainda é pequena, mas além do policiamento está prevista a ampliação do programa de instalação desses equipamentos. Devemos chegar a mil câmeras. Outra medida para evitar o risco à vida dos usuários é a aquisição de novos trens já com câmeras internas e externas”, diz Cunha.
O novo Centro de Controle, que segundo a SuperVia está em funcionamento desde janeiro deste ano, monitora a circulação de trens e integra todo o sistema de comunicação com composições e estações, além das câmeras de segurança.
Atuação policial
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, policiais militares iniciarão a atuação na SuperVia ainda no primeiro semestre deste ano, de acordo com as normas estabelecidas pelo Proeis, o Programa Estadual de Integração na Segurança. O convênio não tem data definida porque segue em análise na Casa Civil.
Segundo a Secretaria, o policial inserido no programa ganhará a cada turno de oito horas trabalhadas a quantia de R$ 175,00, se for oficial, e R$ 150,00, se for praça. Cada PM inserido no programa pode trabalhar até 12 turnos em um período de 30 dias para que seu trabalho no batalhão onde for lotado não seja prejudicado.
A previsão é de que 700 policiais militares trabalhem na SuperVia quando o programa estiver totalmente em operação. O Proeis pretende atender profissionais que desejam um segundo emprego e, a médio prazo, deverá atingir todo o estado do Rio de Janeiro e outros serviços, além da SuperVia. No Proeis, o policial estará “fardado, armado e equipado pela corporação”, segundo a Secretaria.


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