MANHUAÇU (MG) - Detentos do presídio de Manhuaçu protestaram contra as instalações inadequadas e a superlotação. São 221 presos para 68 vagas. Dois casos de tuberculose também preocupam quem está preso e quem trabalha no local.
O diretor Daniel Pereira explicou que dois casos de detentos com tuberculose geraram preocupação nos demais presos e nas pessoas que trabalham no presídio, bem como advogados, oficiais de justiça e defensores públicos.
Segundo ele, foram adotadas as providências necessárias para cuidar do problema buscando o isolamento e tratamento dos dois presos e as medidas de controle da doença no interior da cadeia. “Os dois detentos estão internados e isolados no hospital e na UPA, como determina o protocolo de atendimento. Funcionários da área da saúde deram orientações aos detentos. Eles explicaram sobre a doença e forma de contágio. Estamos trabalhando com as autoridades de saúde dentro do deve ser feito e acompanhando todos os que tiveram contato com os presos doentes”, afirmou.
SUPERLOTAÇÃO
Na manhã de segunda-feira, os presos fizeram um protesto e se recusaram a se alimentar até que uma comissão fosse ouvir as reivindicações deles.
O presídio tem capacidade para até 68 presos, mas atualmente conta com 221 detentos. A situação é tão caótica que os presos precisam se revezar para dormir. “As condições são realmente difíceis. Não há espaço. Falta colchões e mesmo que tivéssemos, não teríamos lugar para acomodá-los, face a superlotação. Alguns presos estão, inclusive, dormindo em redes”, relatou o diretor.
Uma comissão formada pelo presidente da OAB de Manhuaçu, advogado Alex Barbosa de Matos, os delegados do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais (Sindojus-MG), Jackson Amaral e João Paulo Oliveira, a defensora pública Denise Rodrigues e o Juiz da Vara de Execução Penal Dr. Walteir José da Silva esteve reunida com uma comissão representante dos presos.
Anexo ao presídio estão sendo construídas novas celas, que servirão futuramente para a acomodação de presos em regime semiaberto. Elas estão paralisadas e demandam de mais recursos para a conclusão.
O juiz Walteir José da Silva explicou que a superlotação não é exclusiva de Manhuaçu e sim do país inteiro. “Todas as unidades prisionais brasileiras passam por situação semelhante. Não temos vagas em lugar nenhum e os crimes continuam acontecendo. Consequentemente, quem os comete deve ser mantido recluso e o presídio vai enchendo. Estamos tentando apagar um incêndio inicial”, declarou.
A visita serviu para acalmar os ânimos dos detentos e verificar a possibilidade de concessão de benefícios para os presos que estão próximos de obter a progressão de pena, mesmo assim a redução será pequena no atual número de presos.
Jailton Pereira com informações do Diário de Manhuaçu - portalcaparao@gmail.com