quarta-feira, 26 de março de 2014

No Mercado negro Vale ouro .

Armas podem valer R$ 200 mil 

Armamento chega a ser vendido por preço até 15 vezes maior no “mercado negro”

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B-G
Casa de escoltas foi desativada; armas e agentes teriam sido transferidos para outra prisão em Neves
PUBLICADO EM 26/03/14 - 03h00

Basta um aperto no gatilho para uma submetralhadora automática disparar até 30 tiros a cada sete segundos. Já uma pistola semiautomática .40 só dispara um tiro por vez, mas tem um alto poder de destruição por conta do calibre, um dos mais potentes do mercado. São 45 armas desses modelos que foram roubadas do sistema prisional mineiro, no último domingo, provavelmente sob encomenda do crime organizado, segundo peritos em armamento.

O prejuízo aos cofres do governo pode chegar a cerca de R$ 200 mil, estimativa feita com base nos valores de mercado das armas – 39 pistolas .40 e seis submetralhadoras – e que inclui também as cerca de mil munições levadas. Já o valor de venda dos produtos no mercado negro pode ser dez a 15 vezes maior do que o preço praticado pelos fabricantes, conforme já registrado no Rio de Janeiro (RJ) e relatado à reportagem por analistas da revista “Magnum”, especializada em armas no Brasil.
“O aluguel de pistolas e submetralhadoras para a prática de crimes também é muito comum. O bandido aluga para um assalto e depois devolve a arma”, afirmou o perito em armamento, José Joaquim d'Andrea Mathias. Para ele, o furto das armas foi planejado por profissionais do crime que já tinham um destino certo para as armas. “Essas armas são usadas em crimes pesados. A submetralhadora mesmo é comum em assaltos a banco”, afirmou Mathias. Em uma tentativa de ataque a caixas eletrônicos em Itamonte, no Sul de Minas, em fevereiro passado, bandidos usaram pistolas e fuzis.
Analistas da revista Magnum acreditam ainda que as armas serão comercializadas apenas entre criminosos, já que os vendedores não terão documentos que comprovam a origem da arma para vendê-la de maneira legal.
Valores. A Secretaria de Estado de Defesa Social não informou o valor de compra dos armamentos. A fabricante Taurus, uma das maiores fornecedoras de armas para a polícia, também não deu informações sobre o custo – isso só é informado para órgãos de segurança, segundo a empresa.

Relembre o crime
Plantão. Os nove agentes iniciaram plantão às 19h do domingo e, por volta das 21h, comeram salada de frutas e suco, supostamente preparados por um dos agentes. Eles teriam bebido também refrigerante e, por volta das 22h30, todos teriam se sentido mal e adormecido.
Descoberta. Às 7h, quando os agentes que assumiriam o novo turno chegaram, alguns funcionários estavam dormindo.
Versões. Há duas versões para a descoberta do crime. A Secretária de Estado de Defesa Social (Seds) afirma que os agentes acordaram e sentiram a falta do armamento. Há ainda informações de que os agentes do turno seguinte é que teriam percebido o furto.
Operação. Uma força-tarefa foi montada para apurar o caso e tentar localizar as armas.
Local. A Central Integrada de Escoltas do Sistema Prisional de Ribeirão das Neves foi criada em maio do ano passado e é responsável pela transferência dos 7.000 presos da cidade.

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