Governo gasta R$ 133 mi com prisões
Quantia destinada para conter os presos daria para construir pelo menos 22 escolas estaduais
Foto: Danielle Castro /
especialAgentes dizem que unidade tem problemas
estruturais e superlotação causa conflitos entre presos
O governo de São Paulo gastou nos últimos 10 anos R$
133 milhões em construções e reformas de presídios em Franca, Araraquara,
Ribeirão Preto, Serra Azul e Jardinópolis. Os recursos dariam para construir
pelo menos 22 escolas estaduais do mesmo padrão do colégio construído no Jardim
Paiva, em Ribeirão Preto, em 2009. Esta unidade escolar custou aos cofres
públicos R$ 6 milhões e proporcionou 1.260 vagas na região.
"Esta é uma das críticas que temos ao sistema
penitenciário do país. Os governos tratam apenas da construção de vagas, mas
elas sempre vão ser insuficientes. É preciso também ter o enfrentamento desta
relação promíscua de esquemas criminosos que integram agentes de estado com
facções criminosas", diz Sandra Carvalho, da ONG Justiça Global.
Os investimentos podem representar uma grande soma em
dinheiro, mas funcionários dos presídios garantem que eles estão sucateados. Na
penitenciária de Ribeirão, um agente denuncia que os hidrantes não funcionam, a
antiga sala de segurança que monitorava câmeras colocadas em lugares
estratégicos da unidade foi desativada porque não existe mais o sistema de
segurança. "O raio x que fica na portaria para verificar a alimentação que entra
na unidade ficou anos quebrado e voltou a funcionar há pouco tempo", diz o
funcionário.
Parentes de presos alertam que existe uma infiltração
na caixa d’água no raio (pavilhão) 3 há mais de dois anos e os presidiários
temem um desastre. "Se cair aquela caixa vai ser uma tragédia", afirma a mulher
de um deles.
Hoje a penitenciária masculina de Ribeirão está
superlotada. O ideal é cada cela abrigar seis detentos, mas tem em média 12. A
superlotação causa conflitos entre presos e funcionários. Nos últimos quatro
anos já teve agente com o braço e nariz quebrados. Outro foi atingido por um
soco no rosto e, o companheiro, por uma paulada.
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