Câmara pode aumentar tributos da cerveja para garantir aumento salarial a policiais
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Artigo 63 – São transgressões disciplinares: (…) XXIII – promover manifestação contra atos da administração ou movimentos de apreço ou desapreço a qualquer autoridade; XXIV – referir -se de modo depreciativo as autoridades e a atos da administração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim; (…) XXVI – tecer comentários que possam gerar descréditos da instituição policial;Com o advento da Constituição Federal de 1988, tornou-se inconteste que tal regramento não mais pertence à nossa realidade jurídica. Chega a ser redundante dizer que, em respeito ao sistema de garantias e proteção ao livre pensamento, o constituinte não mediu esforços para afirmar que o governante não pode mais impedir que o indivíduo diga o que pensa sobre assuntos de seu interesse. Chamada pela doutrina de “Lei da Mordaça”, deveria servir como documento histórico que reflete um momento em que o país foi submetido a um regime político de exceção, uma demonstração as novas gerações de como é viver sob um governo que ignora diretos e garantias fundamentais. Deveria. Infelizmente, como ainda não houve expressa manifestação do Poder Judiciário sobre a não recepção deste dispositivo legal, ele permanece como a mais eficiente ferramenta de perseguição política aos policiais que ousam manifestar opinião discordante da orientação política do governo paulista. Nos últimos três anos, tive contato pelo menos três policiais que foram punidos com base nesses artigos. A resignação desses policiais ao poder arbitrário do governo funda-se no medo de serem prejudicados profissionalmente, visto que a promoção na carreira não depende de seu mérito, mas de um ato político do hierarquico. N ADPF 173, questionou-se no STF a constitucionalidade de idêntico comando que existia no Estatuto dos Funcionários Públicos de São Paulo. Para protegê-lo, o então governador José Serra defendeu que a lei era necessária, pois os servidores deveriam se submeter a um universo de censura diferenciado. Para ele, o que pensa o servidor em sua vida privada e o que mesmo profissional faz durante o trabalho no funcionalismo público deve ser severamente vigiado, em prol do interesse público. Por isso, devia-se punir aqueles que se insurgissem publicamente contra o governo. De acordo com esse argumento, e com a leitura da lei, caso o policial venha produzir artigo acadêmico de conteúdo crítico, que desagrade ao governo, sofrerá perseguição e sanção, já que ela não faz discriminações ao meio em que o pensamento é exposto, incluindo aí as críticas em documento científico. Era nítido que tentava extender a proteção conferida à administração pública para que alcançasse pessoa do governador, tratando os dois como se fossem a mesma coisa. Se analisarmos que a “Lei da Mordaça” nasceu sob a égide de um regime ditatorial, em que poder político e oligarquias patriarcais se confundiam, é fácil compreender seu raciocínio. Em suas palavras (que pode ser lida aqui):
“Mesmo os servidores públicos civis podem ver restringida a sua liberdade de expressão, em favor de valores constitucionalmente impostos à ação da Administração’”.Não é demais dizer que o argumento do governador é solitário na doutrina. José Afonso da Silva não deixa dúvidas quando afirma:
É o direito de exprimir, por qualquer forma, o que se pense em ciência, religião, arte, ou o que for’. Trata-se de liberdade de conteúdo intelectual e supõe o contato do indivíduo com seus semelhantes, pela qual ‘o homem tenda, por exemplo, a participar a outros suas crenças, seus conhecimentos, sua concepção do mundo, suas opiniões políticas ou religiosas, seus trabalhos científicos. (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2003, pág. 240.)E se o palácio dos bandeirantes não se sente confortável em ceder parcela de seu poder político para um pensador brasileiro, outro entendimento não encontrará nos tribunais de direitos humanos internacionais:
“O Tribunal determinou que é lógico e adequado que as expressões sobre funcionários públicos ou de outras pessoas que exercem funções de natureza pública, devem beneficiar, em termos do artigo 13.2 da Convenção, um grau de abertura para uma ampla discussão sobre assuntos de interesse público, que é essencial para o funcionamento de um sistema verdadeiramente democrático.” (Corte Interamericana de Direitos Humanos – Caso Herrera Ulloa, nota 15, pár. 127; Caso Ivcher Bronstein, nota 114, pár. 155; no mesmo sentido, Feldek v. Slovakia, nº. 29032/95, §83, ECHR 2001-VIII; y Sürek and Özdemir v. Turkey, nos. 23927/94 e 24277/94, § 60, ECHR)
“A liberdade de expressão constitui um dos pilares de uma sociedade democrática e uma condição fundamental para seu progresso e desenvolvimento pessoal de cada indivíduo. Esta liberdade deve ser garantida não só no que respeita à divulgação de informações e idéias que são acolhidas ou consideradas inofensivas ou indiferentes, mas também no que diz respeito àquelas que ofendem, são desagradáveis ou perturbar o Estado ou qualquer setor da população. Essas são as exigências de pluralismo, tolerância e abertura, sem o qual não há sociedade democrática. (…) Isto significa que todas as formalidades, condições, restrições ou sanções impostas neste domínio deve ser proporcional ao objetivo legítimo prosseguido.” (Tribunal Europeu dos Direitos Humanos – Caso Dichand and others v. Austria, nota 120, par. 39; Eur. Court H.R., Caso Lingens vs. Austria, supra nota 120, para. 42)Logo depois, e com a ajuda de um amplo trabalho de ONG´s, notadamente a Artigo 19, a “Lei da Mordaça” do Estatuto dos Funcionários Públicos de São Paulo foi revogada. Entretanto, e infelizmente, o mesmo não ocorreu com aquela que ainda existe na Lei Orgânica das Polícias de São Paulo. Mas graças a Deus, nem tudo é governo. Há na Assembleia Legislativa do Estado o Projeto de Lei Complementar 07/2010, que tenta revogar a “Lei da Mordaça” policial. A justificativa parlamentar afirma:
A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece, em seu artigo 5º, IV, que “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Ocorre que os dirigentes da Polícia Civil do Estado de São Paulo insistem em ignorar esse mandamento constitucional trazendo enormes prejuizos funcionais para os Policiais que ousarem se manifestar contrariamente aos seus atos. São diversos os procedimentos administrativos ocorridos e em andamento na Corregedoria Geral da Polícia Civil em que os pacientes são acusados de infringirem os incisos XXIII e/ou XXIV do Artigo 63 da Lei Complementar 207/79, que classificam como infrações disciplinares: “Artigo 63 – São transgressões disciplinares:(…) XXIII – promover manifestação contra atos da administração ou movimentos de apreço ou desapreço a qualquer autoridade; XXIV – referir -se de modo depreciativo as autoridades e a atos da administração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim;”. Este CERCEAMENTO à liberdade de expressão e organização política garantidas pela Constituição da República Federativa do Brasil faz com que os Policiais Civis do Estado de São Paulo se tornem CIDADÃOS DE SEGUNDA CATEGORIA, impedidos de exercerem seus direitos básicos por legislação claramente contrária à Carta Maior. Pelo exposto, REQUEREMOS que Vossas Excelências APROVEM, com a maior URGÊNCIA POSSÍVEL, o proposto no Substitutivo nº 1 do Projeto de Lei Complementar nº 7/2010, para que possamos exercer plenamente, sem medo de represálias políticas, os nossos direitos de CIDADÃOS BRASILEIROS.O colega Flávio Lapa elaborou um abaixo-assinado para apoiar a aprovação do projeto. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República expediu a Portaria 02/2010, para implementar de ações que efetivem suas diretrizes em todos os Estados. Dentre suas orientaçãos, destaca-se o fim de todas as denominadas “Lei da Mordaças” nas instituições policiais, pondo um fim a um fantamas do regime militar que ainda assombra nossa sociedade democrática. A redação final da portaria ficou assim:
Art. 2º A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação destas diretrizes em todas as unidades federadas, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição Federal de 1988. Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. DIREITOS CONSTITUCIONAIS E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ (…) 3) Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio da Internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988.É pouco, muito pouco. Mas indica o caminho que nossa sociedade quer trilhar.
Um policial militar está entre os 29 detidos após serem flagrados usando drogas em um sítio invadido em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o delegado regional Cristian Nunes Andrade, o militar era do 22º Batalhão da PM e foi apontado durante os depoimentos como um dos organizadores da festa regada a drogas e bebidas alcoólicas. Ele e outros quatro suspeitos foram presos em flagrante por tráfico, associação, corrupção de menores e invasão de domicílio. O policial ficará preso em um quartel enquanto os outros quatro suspeitos foram ouvidos e encaminhados ao presídio da cidade. De acordo com o delegado, a PM chegou ao local, no bairro Baronesa, depois de receber uma denúncia anônima de que o sítio teria sido invadido. “O caseiro alugou sem o dono saber, depois que as pessoas chegaram a mulher dele pediu que todos fossem embora, mas ninguém obedeceu”, disse. Quando a PM chegou ao local, parte do grupo estava saindo e algumas pessoas que tentaram fugir. Antes de ser encontrado, o grupo ainda teria passado por outro sítio, que pertence a família do soldado envolvido, mas se recuraram a ficar no local porque a piscina estava suja.
Eugênio Moraes
Ex-goleiro Bruno Fernandes quando foi levado para prestar depoimento
O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Claudio Dalledone Júnior, disse em entrevista ao R7 nesta quarta-feira (26) que vai entrar com um pedido de liberdade para seu cliente no STF (Supremo Tribunal Federal). As informações são do Portal R7.
Entre vários argumentos, o defensor anunciou que vai apontar que o juízo de Contagem (MG), onde o caso tramita atualmente, é incompetente para apreciar o caso.
Estudos privados contratados por Dalledone dão conta de que o sítio de Bruno fica na cidade de Esmeralda. A casa do suspeito Marcos Aparecido dos Santos, Bola, fica no município de Vespasiano. Esses são os dois locais apontados pela Promotoria onde teria acontecido o assassinato da ex-amante do goleiro Eliza Samudio. O corpo de Eliza não foi localizado.
A manobra de Dalledone é similar a usada pela defesa dos acusados de matar Mércia Nakashima, em São Paulo. A vítima morreu em Nazaré Paulista, mas o caso tramita em Guarulhos. Em novembro de 2010, desembargadores da 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram que o julgamento do caso deve seguir em Guarulhos.
Dalledone já entrou com recurso questionando a competência do caso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Os desembargadores da 4ª Câmara julgaram em novembro do ano passado que a competência é mesmo de Contagem, pois existe a suspeita de que nessa cidade o “ato teria sido consumado”.
O advogado diz que com a tramitação em Contagem, Bola fica sem sua ampla defesa, pois ele reside em Vespasiano.
– A competência [ser colada em Contagem] é um abuso, uma ilegalidade e uma injustiça.
Caso o caso comece a tramitar em outra comarca, o novo juiz poderá anular parte ou todo o processo se entender que isso o ajudará a tomar suas decisões.
Outras alegações
Em seu recurso ao STF, Dalledone deve trazer novamente à tona a tese de que Bruno ficou sem direito à ampla defesa durante o período em que foi representado pelo polêmico advogado Ércio Quaresma, que chegou a dormir e roncar em uma audiência.
Outro questão que será levantada por Dalledone são problemas nos encontros que tem com Bruno. O advogado afirma que as visitas duram apenas 30 minutos e que sempre há um agente penitenciário acompanhando o depoimento.
– Nunca pude ter contato a sós com meu cliente.
O advogado diz que pretende entrar com uma queixa na Ordem dos Advogados de Minas Gerais e nacional.
A secretaria estadual de Defesa Social, responsável por administrar as penitenciárias de Minas Gerais foi contatada nesta tarde, mas não deu retorno sobre a queixa de Dalledone.
Relembre o caso
A polícia diz que Eliza Samudio foi sequestrada com seu filho - na época com quatro meses - no Rio de Janeiro no dia 4 de junho e levada para Minas Gerais. Segundo a polícia, a jovem foi mantida com o bebê no sítio de Bruno e, dias depois, foi morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Apesar de a polícia ainda não ter encontrado o corpo de Eliza, o delegado que cuida do caso diz que as investigações concluem que ela está morta.
Quatro réus do caso ainda estão presos: o goleiro Bruno Fernandes, o amigo dele Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, o primo Sérgio Rosa Sales e o Bola, que é ex-policial civil. Outros quatro acusados, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza - ex-mulher de Bruno -, a ex-amante do jogador Fernanda Gomes de Castro, Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza responderão ao processo em liberdade. Todos deverão ir a júri popular.
Um dos quatro homens suspeitos de sequestrar um gerente bancário e sua família em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, é presidiário e cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. De acordo com a Polícia Civil, ele comandou a ação, ocorrida entre a noite de segunda-feira e a tarde de terça, pelo telefone celular.
Os quatro suspeitos foram apresentados pela Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (26). Segundo a corporação, outro integrante da quadrilha estava foragido da penitenciária Dutra ladeira, em Ribeirão das Neves, e tem 35 passagens pela polícia. Ele foi preso na cidade de Jaboticatubas.
O terceiro integrante da quadrilha é um ex-militar da aeronáutica, que atualmente trabalha como técnico eletricista. Ele foi preso em Lagoa da Prata e já tinha passagem pela polícia por dirigir sem habilitação. O outro integrante do grupo é recepcionista de hotel e não tinha passagens pela polícia. Ele também foi preso em Lagoa da Prata.
Com o grupo foram apreendidos R$ 17.950 em dinheiro, uma pistola de calibre 40 da Polícia Civil de Itabira, uma pistola de calibre 9 mm, dois veículos e duas carteiras de identidade falsas usadas por um dos líderes da quadrilha.
O gerente foi abordado na garagem da casa dele e levado por dois suspeitos até o apartamento dele. No local estavam mais seis pessoas: a esposa, dois filhos do gerente e outros três amigos dos filhos dele. Os sequestradores trancaram a porta e jogaram a chave do apartamento pela janela para um terceiro homem que aguardava do lado de fora. Por volta de 1h de terça-feira, 25, os reféns foram levados para um sítio e o gerente permaneceu no local até a manhã quando foi levado à uma agência bancária e obrigado a recolher o dinheiro de um cofre. O gerente retirou todo o dinheiro que conseguiu pegar na agência e foi até o local escolhido pela quadrilha para ser feita a entrega: na BR-381, em Betim, no trevo que dá acesso a cidade de Mário Campos. Os suspeitos conseguiram fugir levando o dinheiro da vítima e libertaram a família do gerente na Praça da Cemig, em Contagem.
Com a posse do novo prefeito de Mariana, Geraldo Sales (Bambu), haverá uma Reforma Administrativa na cidade, onde diversos setores serão reavaliados de acordo com os projetos do novo governo. Assim, algumas secretarias deverão ser criadas e outras poderão ser excluídas. De acordo com a Guarda Municipal de Mariana, essa Reforma Administrativa pretende acabar com a atuação da Guarda no município. No maior Portal de Guardas Municipais do Mundo na interne, guardasmunicipais.com.br, os interessados fazem um apelo à comunidade marianense, deixando clara a intenção do novo governo: “O Município não pode fazer política de segurança pública de forma paliativa e nem de forma omissa como vem acontecendo em Mariana, deixando o Estado ingerir, quebrando o Pacto Federativo, vindo a rasgar, remendar a Lei Orgânica do Município, acabando com secretarias e criando outras secretarias, como aconteceu com a Secretaria de Segurança Pública, desmembrando, ou melhor, retalhando o corpo da Guarda Municipal de Mariana para os diversos setores, configurando assim a sua extinção de forma que a Administração Municipal pede para os Guardas saírem, bem como o legislativo que poderia fazer alguma coisa mas aprovou a Reforma Administrativa(Lei complementar nº081/2011) do Executivo por unanimidade, sem pensar nos eleitores da cidade que lhes confiou este mandato.” Ainda de acordo com o Portal, o modelo de Guarda Municipal foi inserido por volta de 1986, no Governo de Jânio Quadros, em São Paulo, e foi adotado por diversos municípios entre eles: Poços de Caldas/MG, Varginha/MG, Belo Horizonte/MG, Diadema/SP, Piracicaba/SP, Natal/RN, Paulista/PE, Barueri/SP e muitas outras. A Guarda Municipal afirma que é responsável pela diminuição da violência local na cidade de Mariana, e que “por irresponsabilidade dos políticos, o povo está perdendo seus Anjos da Guarda”. Fazendo ainda um desafio: “iniciar um levantamento de agora em diante para comprovarmos tecnicamente que o índice de criminalidade vai aumentar muito, pois Mariana perdeu sua arma principal, a prevenção, que há muito, as polícias não realizam mais, só as Guardas Municipais são preventivas! Reaja Marianense, pois você e sua família é que vão sentir na pele a falta desses Anjos. Vocês já conhecem muito bem o quanto a Guarda Municipal pode fazer e já fez pela Primaz de Minas: Mariana!” afirma a Guarda Municipal.
Fonte:http://www.jornalpontofinal.com.br/2589/mariana-pode-ficar-sem-guardas-municipais/
RENATO COBUCCI
Aécio Neves e José Serra já disputam a pré-candidatura à Presidência em 2014
A “tropa de choque” do senador Aécio Neves (PSDB) voltou na terça-feira (25) a defender o nome do mineiro para a disputa pela Presidência da República em 2014. A defesa foi motivada após as críticas do correligionário de José Serra e dirigente do PSDB paulista, Raul Christiano, contra o presidente estadual da legenda e secretário de Ciência e Tecnologia de Minas, Narcio Rodrigues. Via Twitter, Rodrigues usou um texto do petista José Dirceu, que coloca Aécio como a “bola da vez” no ninho tucano. Insatisfeito com o ato, Christiano afirmou que o dirigente mineiro está “dando eco” para Dirceu.
O petista aponta em seu texto que Aécio Neves está “com tudo pronto para tomar o PSDB”. Segundo ele, um grupo já articula para impedir que José Serra assuma a presidência do partido, e consequentemente, mantenha a chamada “hegemonia paulista”. Depois desta etapa, Aécio se colocaria como candidato tucano a presidente da República. Por fim, Dirceu aponta que até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defensor antigo de Serra, já teria concordado que agora é a vez do tucano mineiro participar da disputa.
Depois da publicação, paulistas e mineiros trocaram farpas publicamente. Narcio Rodrigues afirmou que até os petistas reconhecem a força de Aécio. Minutos depois, Raul Christiano rebateu e disse que não acreditava que tucanos poderiam dar atenção ao texto. “Todos nós queremos Aécio Neves forte e mobilizador, sem dispersões. Fala de Dirceu é provocação, aposta na divisão do PSDB”.
O tema acabou repercutindo dentro do PSDB. Cotado para ser o líder da minoria na Câmara, o deputado federal Paulo Abi-Ackel disse que a discussão sobre o nome do PSDB em 2014 deve ocorrer em alto nível. Porém, Abi-Ackel reforçou a posição defendida por José Dirceu e reproduzida por Narcio Rodrigues. “A discussão é natural e pontual, principalmente no início de uma legislatura e um pós campanha traumático. Mas, todos sabemos do papel que temos que desempenhar para consolidar o nome de Aécio Neves”.
Ele ainda reforçou que a mobilização vai além de Minas Gerais. “Já recebemos manifestações de todos os cantos, inclusive de São Paulo. Hoje, temos uma impressão e certamente no futuro teremos a constatação que ele (Aécio) é o mais importante nome para 2014. Vamos trabalhar pra isso”.
Na mesma linha, o deputado Eduardo Azeredo aproveitou para pedir uma discussão equilibrada e sem rancores no PSDB. “São os dois maiores estados do Brasil e temos de crescer juntos. Essa briga não leva a lugar nenhum”. Ele defendeu ainda a abordagem objetiva do tema. “O assunto não pode ser tratado somente em termos regionais. Mineiros e paulistas precisam ser ouvidos”.
Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil Brasília – O Programa Universidade para Todos (ProUni) registrou um recorde de inscrições — ao todo, 1.048.631 alunos concorrem a 123.170 bolsas de estudo, sendo 80.520 integrais e 42.650 parciais (50% da mensalidade). Os números, de acordo com o Ministério da Educação, superam os 822 mil registrados no ano passado — a maior marca até então. Para participar do ProUni, é preciso ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou estabelecimento privado com bolsa integral. É necessário ainda ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 e atingido o mínimo de 400 pontos na média das cinco provas e não ter tirado zero na redação. O candidato pode escolher até três cursos, elegendo uma prioridade. A lista dos pré-selecionados em primeira chamada será divulgada na próxima sexta-feira (28). Esses estudantes deverão comprovar informações nas instituições de ensino até 4 de fevereiro. No dia 11 de fevereiro, será divulgada a lista dos pré-selecionados em segunda chamada, com prazo de comprovação de documentos até 17 de fevereiro. Caso ainda haja bolsas disponíveis, o Ministério da Educação abrirá um novo período de inscrições entre os dias 21 e 24 de fevereiro, com divulgação da primeira lista de pré-selecionados em 27 de fevereiro. Quem já tiver conseguido uma bolsa na primeira etapa de inscrições não poderá participar da disputa. Edição: Graça Adjuto
BELO HORIZONTE (26/01/11) - Há aproximadamente dois anos a Metalgráfica Palmira, empresa localizada em Santos Dumont, região Sudeste do Estado, desenvolve internamente campanhas educativas que visam o combate a Dengue. A companhia conta ainda com um grupo de funcionários capacitados para fiscalizar e detectar os criadouros do Aedes Aegypti. Agora, além de promover ações que conscientizam seus colaboradores, a empresa se torna parceira da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) fazendo parte do grupo de instituições que atuam na guerra travada contra a doença em Minas Gerais.
“Percebemos que podemos fazer muito mais do que conscientizar nossos funcionários e suas famílias. Decidimos então colaborar com o combate a dengue oferecendo o que nossa empresa produz. Doaremos três mil latinhas, que servem como porta-treco, com a logomarca da Campanha – Agora é Guerra. Todos Contra a Dengue”, contou Pedro Carlos Lopes Ladeira, diretor da empresa.
Elas serão utilizadas em uma campanha de comunicação interna junto aos servidores da Saúde Estadual. “Acredito que a latinha contribuirá para a fixação do conceito da importância de se combater diariamente a dengue, pois ela estará em cima da mesa, da escrivaninha, do armário, lembrando o tempo inteiro que precisamos vencer esta guerra”, destacou.
Segundo Ladeira, a intenção da empresa é, posteriormente, apresentar à SES-MG um projeto para a produção de novas latas que levem à população informações importantes sobre a forma de se combater a dengue, os sintomas, os possíveis criadouros do mosquito, entre outras. “Queremos levar essas latinhas para dentro de sala de aula, dentro do escritório dos empresários, dentro da casa das pessoas”, apontou.
Trabalho em conjunto
Para evitar uma epidemia de dengue em Minas Gerais é essencial a participação de todos. Estudos apontam que 80% dos focos da doença estão nas residências, logo a participação ativa de toda a população é fundamental, evitar água parada em vasos de plantas, pneus, pets, calhas d’água entre outros reservatórios evita que o mosquito coloque seus ovos e se prolifere cada vez mais.
“O que é preciso é que as pessoas entendam que o combate a dengue não é apenas responsabilidade dos Gestores Públicos. Nós empresários, por exemplo, quando temos um funcionário que contrai a dengue, podemos ter até mesmo prejuízos financeiros caso o processo de trabalho seja afetado. O combate ao mosquito da dengue precisa se transformar em um hábito diário das pessoas, como escovar os dentes e tomar banho. Temos que perceber que a dengue se combate todos os dias e que se não nos tornarmos atores nesta batalha poderemos perdê-la”, finalizou Pedro Ladeira.
A Ouvidora do Sistema Penitenciário, Marlene Alves de Almeida Silva, acompanhada de sua assessora Cristiane Moreira de Souza, visitou na última quinta-feira (19), o Controlador Geral do Estado, Moacyr Lobato de Campos Filho. (Foto:ACO)
O técnico em radiologia Carlos Henrique, 29, é viciado em crack. Durante dez meses e 19 dias, ele ficou preso em três unidades prisionais de Minas Gerais. Nesse período, o rapaz não pôde contar com a ajuda do Estado para suportar a ausência forçada do entorpecente. Isso porque o governo não possui um plano específico de tratamento para detentos que têm problemas de dependência, seja alcoólica ou com entorpecentes.
"Chegava a sonhar com a droga. Mas era eu quem tinha que suportar. Não tinha outro jeito. Não recebi remédio, nem ajuda psicológica para controlar o desejo que eu tinha de usar o crack", lembra Carlos Henrique. A experiência vivida pelo técnico em radiologia não é uma exceção. Atualmente, os presos distribuídos nas 117 unidades prisionais do Estado que têm diagnosticada alguma dependência contam com atendimento apenas em casos de crises.
De acordo com o superintendente de atendimento ao preso da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Guilherme Soares, o dependente recolhido em uma unidade prisional, ao sofrer uma crise por falta de drogas, por exemplo, é socorrido e medicado no núcleo de saúde existente no local. Os ambulatórios são obrigatórios em unidades prisionais com capacidade para mais de cem presos. Em casos mais graves ou no caso de penitenciárias onde o serviço não é disponibilizado, o detento é encaminhado a um hospital credenciado pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
O superintendente explica que, quando um preso é admitido em uma unidade prisional, ele passa por uma bateria de exames que vão diagnosticar se possui algum tipo de dependência e se ela é ou não crônica. Segundo Soares, se o quadro for crônico é, então, notificado à Secretaria Antidrogas do município ou do Estado, para que seja realizado o tratamento. Nos casos de requerimento judicial, o paciente é encaminhado ao Hospital de Toxicômanos Padre Wilson Vale da Costa, em Juiz de Fora. Atualmente a unidade de saúde abriga apenas 66 pacientes.
Apesar de reconhecer que possui detentos dependentes de álcool ou drogas recolhidos em suas unidades prisionais, a Seds não tem um levantamento de quantos são.
Sem integração. Por ser o vício uma questão de saúde e os presos serem uma responsabilidade da Seds,o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados (OAB) seção Minas, Adilson Rocha, entende que deveria haver uma parceria entre a Seds e a Secretaria de Estado de Saúde para atender aos criminosos viciados. "Há uma falta de interesse para tratar esse tipo de preso. Já existiram conversas para trabalhar o problema, mas nada efetivamente foi feito", criticou.
Através de nota, a secretaria de Saúde informou que o órgão oferece atendimento a dependentes conforme a Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas. Segundo a nota, os serviços especializados para atenção ao dependentes são os Centros de Atenção Psicossocial Álcool/Drogas (CAPS ad), que pode tratar detentos e também cidadãos comuns. Em Minas Gerais, são 21 unidades. Elas possuem equipe composta por psiquiatra, clínico geral, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermeiros.
Quando você passou a usar droga? Eu era adolescente. Comecei com maconha, depois passei para cocaína e me viciei no crack.
Por que você foi preso? Eu estava viciado. Durante os últimos cinco anos, usava crack quase diariamente. Eu ficava acordado uns cinco dias direto e depois dormia outros dois. Já cheguei a dormir na rua, em um ponto de ônibus. Então, eu perdi meu emprego e não tinha dinheiro. Daí, comecei a furtar porque eu queria usar a droga o tempo todo. Acabei preso em flagrante.
Como foram os momentos na prisão? Eu fiquei nos Ceresp São Cristóvão e Gameleira. Depois, fui para a penitenciária em Bicas. Na prisão, eu lembro que, em vários dias, eu tinha vontade de usar a droga. Quando sentia falta, ficava ansioso e me irritava facilmente. Eu evitava conversar sobre o assunto com os outros presos porque era nessa hora que eu sentia mais vontade. Muitas vezes, eu sonhava que estava usando, ou então roubando, para usar o crack. Eu acordava e tinha que fumar um cigarro e me segurar.
Outros presos também tinham esse problema? Sim. O povo fica mais nervoso. O clima é tenso. Mas parece que alguns conseguiam maconha. Eu nunca me interessei porque eu queria parar. Sem contar que, para conseguir lá dentro, o preço é alto.
Qual era o seu maior medo na prisão? Eu tinha medo de quando eu fosse sair. Ficava angustiado por saber que poderia ter contato com a droga e voltar a usar. Isso aconteceu principalmente nos últimos dois meses. Só consegui me resolver bem porque tive ajuda da família. Acho que eu deveria ter sido preparado dentro da prisão. Enquanto estive lá, nunca recebi ajuda de um psicólogo. Se esse trabalho fosse feito, com certeza, evitaria a reincidência.
Quais são os seus planos para o futuro? Quero ocupar meu tempo, voltar a trabalhar. O vício é uma doença sem cura. Estou controlado, mais forte para lutar contra ela.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) alega manter um intensivo trabalho de vistoria nas visitas às unidades prisionais de Minas Gerais. Ainda assim, os recolhidos nas cadeias têm acesso às drogas e conseguem sustentar o vício. Na maioria das vezes, eles são ajudados por parentes que burlam a fiscalização e entram com as substâncias nos presídios. Em outros casos, os detentos também contam com a facilitação por parte de agentes penitenciários.
As denúncias partem de parentes de presos e ex-detentos, como o agora pastor Rafael. Ele ficou recolhido por seis meses, entre 2006 e 2007, no 4º Distrito Policial de Contagem - cuja cadeia já foi desativada - e no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim, na região metropolitana da capital, por tráfico de drogas.
Na prisão, Rafael viu de perto o vai e vem de entorpecentes como cocaína e crack, "algo comum" entre os presos. Hoje, em liberdade e fora do mundo da criminalidade, o religioso confessa ter atuado como traficante dentro da unidade prisional.
"Até hoje, a droga entra com as mulheres que vão visitar os maridos ou filhos. Mesmo dentro da prisão, os usuários que têm dinheiro conseguem comprar. Os que não têm trabalham para outros presos e, como pagamento, recebem a droga", conta o pastor. Segundo ele, como alguns detentos sentem muita falta do entorpecente, eles se submetem a lavar roupa, fazer faxina e até mesmo entregar aos traficantes a comida recebida de parentes, em troca da droga.
A irmã de um detento recolhido no Centro de Internação Provisória de Sete Lagoas - uma dona de casa de 21 anos que pediu para não ser identificada - conta que o rapaz, de 18 anos, consegue sustentar o vício em maconha por meio de presos que cumprem regime semiaberto. Segundo ela, eles aproveitam as saídas para pegar a droga e levar para dentro da unidade.
"Entro com a droga no tênis. Nem sempre a vistoria consegue pegar", conta. Segundo a dona de casa, o irmão dela é dependente da droga e, quando não tem acesso ao entorpecente, costuma ficar nervoso. "Me contaram que ele socava a porta da cela e até já chegou a agredir outro detento", relata.
Deficiência. Para o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG Robson Sávio, a entrada de drogas nas unidades do sistema prisional reflete uma fiscalização deficiente e aponta para o problema da corrupção entre os agentes.
De acordo com o especialista, o Estado deveria, além de melhorar as ações de fiscalização e punição, qualificar e intensificar o trabalho de recuperação dos presos no que diz respeito ao tratamento dos dependentes de drogas e álcool. "É função do sistema oferecer ao preso a oportunidade de se tratar, para que ele possa sair e não voltar a cometer crimes", argumenta.
A Seds informou, por meio de nota, que a Superintendência de Administração Prisional (Suapi) realiza, "sistematicamente", nas 117 unidades prisionais sob sua administração, vistorias e operações de varredura em celas, em busca de materiais ilegais que, porventura, estejam em posse de detentos.
Ainda de acordo com a secretaria, as ações são realizadas por agentes treinados especificamente para a atividade. Além disso, diz a nota, as unidades prisionais contam com detectores de metais para prevenir a entrada de objetos ilícitos.
Devido à falta de tratamento específico, muitos presos dependentes sofrem crises pela falta da droga. Um agente da Penitenciária Nelson Hungria, em Nova Contagem, na região metropolitana da capital, afirma que a situação é mais frequente nas celas em que há presos jovens ou recém-chegados. "Eles ficam nervosos. Alguns esmurram as portas das celas. Isso gera confusões com outros presos, e aí temos que intervir", afirma.
Para o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas (OAB-MG), Adilson Rocha, a melhor alternativa seria a separação dos detentos viciados em alas ou unidades específicas. "Esta é até uma questão de segurança dos presos. Tanto para aqueles que estão em crise, quanto para os demais", ressalta.
Na avaliação do representante da entidade, os tumultos provocados pelos presos dependentes redobram o trabalho e os prejuízos ao sistema prisional. "Esse preso (dependente) causa instabilidade", afirma. Para Rocha, a separação desses detentos em uma única unidade tornaria a segurança dentro das cadeias mais eficiente.
PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...