- ReproduçãoPolicial mostra cartela com DOB, droga com grande poder alucinógeno
A Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Jundiaí (58 km de São Paulo) informou ontem ter apreendido 20 selos com uma droga sintética de alto poder alucinógeno, a DOB, derivada de anfetamina e também conhecida como "cápsula do vento" ou "cápsula do horror". A droga seria até dez vezes mais forte que o LSD, segundo a polícia, e teria vindo da Holanda.
Os selos foram encontrados em novembro do ano passado em uma operação realizada no morro do Jardim São Camilo, principal ponto de tráfico na região de Jundiaí, mas apenas nesta semana o laudo da Polícia Científica chegou à Dise.
De acordo com o investigador Leandro Basson, essa é a primeira vez que a droga é encontrada em selos no país. "Só tínhamos conhecimento da venda em cápsulas", afirma. Segundo ele, cada selo seria comercializado a R$ 200.
Conforme Basson, o selo é colocado embaixo da língua durante e pode provocar até 40 horas de alucinação.
"É por isso que ela é chamada de cápsula do horror, pois a pessoa não consegue voltar ao normal", diz. "Com ecstasy, o efeito é de no máximo quatro horas. O DOB é até dez vezes mais potente que LSD."
A cartela com os selos foi encontrada em uma operação para combater o tráfico de drogas sintéticas. Na mesma ação, a Dise encontrou 49 comprimidos de ecstasy, 3 kg de maconha, 3 kg de cocaína, 2.500 porções de cocaína prontas para comercialização e três porções de haxixe.
A droga estava com Alessandro Silva de Jesus, 35, que foi preso acusado de tráfico. Ele deverá ser interrogado novamente para dizer como conseguiu os selos com DOB. A Polícia Civil de Jundiaí desconfia que a cartela tenha vindo da Holanda.
Rota do tráfico
A região de Jundiaí, em virtude de seu alto poder econômico, é conhecida pela polícia como rota no tráfico de drogas sintéticas, comercializadas posteriormente em danceterias e festas com música eletrônica.
Em junho do ano passado, um adolescente de 17 anos foi apreendido no próprio São Camilo com 3.000 pílulas de ecstasy. Na época, o delegado Florisval Silva Santos reconheceu não ser comum um mesmo local ter um volume tão grande de droga sintética.
A polícia de Jundiaí tem investigado, inclusive, festas raves na região, para identificar traficantes. "A Dise tem estudado muito essas novas drogas e está preparada para combater esse tipo de tráfico", diz Basson.
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