GAMELEIRA
Preso teria morrido após tortura em Ceresp
Feita por familiares de presidiário, denúncia é apurada por MP e Polícia Civil
PUBLICADO EM 13/08/13 - 23h28
A Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura a denúncia de que um homem que ficou preso no Centro de Remanejamento de Presos Gameleira (Ceresp), na região Oeste de Belo Horizonte, teria sido torturado até a morte. De acordo com a Polícia Civil, que também investiga o caso, Peterson Moraes de Freitas, 30, teria sido assassinado por agentes penitenciários, em 20 de março de 2012.
De acordo com as investigações, o homem foi preso em 7 de dezembro de 2011, após roubar o celular de uma estudante, no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, simulando estar armado. Após tomar o aparelho telefônico, ele acabou sendo preso pela Polícia Militar e encaminhado ao Ceresp, onde aguardava julgamento.
O pai do preso, um mecânico de 62 anos, que pediu para não ter o nome revelado, afirma que, no início de março de 2012, o filho passou mal na cela e pediu um remédio para um dos agentes. Os dois entraram em uma discussão. “O agente negou o medicamento e ainda xingou o meu filho, que retrucou. Depois disso, ele (Freitas) apanhou todos os dias, até quando foi morto”, acusou.
Segundo o mecânico, o filho era torturado em uma sala, com socos, pontapés e enforcamento. Ele não soube dar detalhes de como ocorriam as seções de tortura e quantos agentes participavam. No dia 20 do mesmo mês, as lesões causadas pelas agressões se agravaram, e Freitas chegou a ser encaminhado até uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.
“Quando vi o meu filho morto, ele estava roxo e com vários hematomas. Ele foi covardemente espancado até a morte”, acusou o mecânico.
Drogas. Ainda de acordo com ele, Freitas deixou duas filhas, de 6 e 8 anos, e lutava para se livrar do vício das drogas havia dez anos – período em que o pai teria gastado ao menos R$ 120 mil com tratamentos. “Estávamos fazendo planos para ele ir a uma clínica de São Paulo quando saísse da cadeia”, afirmou.
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