SERVIÇÃO PCMG EM UBERABA - Cabo da PM acusado de cobrar resgates de veículos furtados
Aloísio Cândido - 24/02/2013
Um policial militar foi preso na sexta-feira, 22, no
bairro Morumbi, pela Polícia Civil, acusado de envolvimento em esquema
de cobrança de resgate de veículos furtados na cidade. Foram presos com
ele um mecânico, acusado de receptação, e o homem encarregado de
praticar os furtos e esconder os veículos. Com o trio foram apreendidos
R$5 mil que teriam sido pagos por uma vítima para resgatar uma
caminhonete furtada recentemente na cidade. Comunicado, o comandante da
Polícia Militar designou oficiais para acompanhar a ocorrência, mas
ainda não quis falar à imprensa.
A operação da Polícia Civil foi realizada na noite de
sexta-feira, por volta de 22h, no bairro Morumbi, e resultou na prisão
em flagrante de três pessoas, entre elas o cabo da Polícia Militar
C.S.S., 34 anos, e ainda o mecânico L.E.A., 40, e o envolvido W.O.J.N.,
31, todos acusados de participar de um esquema de furto e roubo de
veículos na cidade, com consequentes pedidos de resgate para que os
veículos fossem devolvidos às vítimas.
Ainda segundo a polícia, no esquema havia pessoas
responsáveis por efetuar os furtos e ainda os receptadores, entre os
quais o mecânico e o policial militar, que é acusado de ser o
responsável pelas negociações com as vítimas. Depois que o valor do
resgate era acertado, eram feitos o encontro para o pagamento dos
valores e a consequente distribuição do dinheiro.
O delegado Luiz Antônio Blanco, que comandou a operação,
falou à reportagem que foram abordadas cinco pessoas, porém ficou
esclarecido que duas eram a vítima N.J.B., 37, e um amigo, que vieram de
Araxá para efetuar o pagamento do resgate exigido no valor de R$5 mil,
depois que sua caminhonete foi furtada, quando ele efetuava uma entrega
de queijo na cidade.
FOTO: JORNAL DA MANHA |
O veículo foi localizado no meio de um canavial, às
margens da rodovia BR-262, na saída para Campo Florido, próximo ao
Jockey Park, onde foram encontradas também várias peças de outros
veículos e onde a vítima foi levada para reconhecer o seu veículo antes
de efetuar o pagamento. Diante dos fatos, os três envolvidos receberam
voz de prisão em flagrante e foram conduzidos à 15ª DPC para as
providências.
Blanco falou que, além de agir em prol do crime, o
policial militar, sendo um servidor público, cometeu também o crime de
“concussão”, que, segundo o Código Penal, “é o ato de exigir para si ou
para outrem dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida. A pena é de reclusão, e vai de dois a
oito anos. Há ainda a pena de multa, que é cumulativa com a de
reclusão”.
Para encerrar, o delegado ressaltou a necessidade de a
polícia cortar da própria carne para combater o crime. Até o fechamento
desta edição os envolvidos continuavam sendo ouvidos na delegacia.
Procurado, o comando da Polícia Militar não quis se manifestar, alegando
que falará posteriormente sobre o caso.
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