Servidor proibido de se reunir 'sozinho' nos corredores
Buritizeiro baixa resolução que priva funcionários de promoverem encontros em grupo ou "individualmente"
GIRLENO ALENCAR
Acusado de desvio, padre Salvador se envolve em polêmica
A Prefeitura de Buritizeiro (Norte de Minas) proibiu os funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de se reunirem nos corredores, próximos às janelas e em outras áreas de uso comum. Mas eles também não podem ficar sozinhos nestes locais. Na verdade, uma resolução, emitida no último dia 25 de agosto, proíbe os servidores de se reunirem "individualmente".
Conforme o texto, "fica terminantemente proibido a qualquer servidor da autarquia, no horário do expediente do trabalho, ficar reunidos (sic) em grupos ou individualmente, nas janelas do escritório, em qualquer outra área da autarquia, ou fora da seção de trabalho em que esteja lotado, sob pena de sanções disciplinares."
Além dos erros contidos na mensagem, alguns servidores questionam a proibição. "Como será que vão me proibir de reunir comigo mesmo?", ironizou um funcionário que pediu anonimato. Ele disse que existe um grupo de colegas que entendeu a medida como assédio moral.
A nota foi assinada pelo diretor-geral do SAAE, Celso Luiz Ribeiro França. Apesar de não permitir a circulação de servidores em áreas de acesso comum, ela foi afixada no hall do escritório.
A polêmica medida veio à tona no momento em que o prefeito, padre Salvador Raimundo Fernandes (PT), desmente boatos de que o SAAE seria vendido à Companhia de Água e Esgoto de Minas Gerais (Copasa). O petista chegou a ir à Câmara descartar a medida. Porém, novos boatos rondam a cidade e funcionários garantem que a possibilidade é real. Técnicos da Copasa visitaram o município em março deste ano.
Na segunda-feira, padre Salvador não foi encontrado na prefeitura. No município de Buritizeiro, a administração só funciona a partir do meio-dia. O diretor do SAAE, Celso Luiz Ribeiro, também não estava na autarquia. No local, funcionários disseram que ele só trabalha na parte da manhã. Pelo celular, Ribeiro confirmou que não trabalha à tarde. "Tenho três ramos de atividade. Tenho concreteira, construtora", disse o diretor do SAAE, que ainda admitiu morar no município vizinho, Pirapora. Ele negou que a portaria seja em retaliação aos servidores. "Eles ficam conversando em grupinhos atrapalhando o serviço." Ele não soube explicar como um servidor estaria proibido de se reunir individualmente. "Às vezes, eles ficam sozinhos na janela conversando com gente lá fora", tentou. O diretor não quis prestar informações sobre a possível venda do SAAE.
Buritizeiro tem 26.900 habitantes e já coleciona escândalos. A cidade foi alvo da operação "Conto do Vigário". Desencadeada pelo Ministério Público, ela descobriu um esquema de fraudes em licitação e concursos públicos. Padre Salvador já foi cassado pela Câmara Municipal, acusado de
Conforme o texto, "fica terminantemente proibido a qualquer servidor da autarquia, no horário do expediente do trabalho, ficar reunidos (sic) em grupos ou individualmente, nas janelas do escritório, em qualquer outra área da autarquia, ou fora da seção de trabalho em que esteja lotado, sob pena de sanções disciplinares."
Além dos erros contidos na mensagem, alguns servidores questionam a proibição. "Como será que vão me proibir de reunir comigo mesmo?", ironizou um funcionário que pediu anonimato. Ele disse que existe um grupo de colegas que entendeu a medida como assédio moral.
A nota foi assinada pelo diretor-geral do SAAE, Celso Luiz Ribeiro França. Apesar de não permitir a circulação de servidores em áreas de acesso comum, ela foi afixada no hall do escritório.
A polêmica medida veio à tona no momento em que o prefeito, padre Salvador Raimundo Fernandes (PT), desmente boatos de que o SAAE seria vendido à Companhia de Água e Esgoto de Minas Gerais (Copasa). O petista chegou a ir à Câmara descartar a medida. Porém, novos boatos rondam a cidade e funcionários garantem que a possibilidade é real. Técnicos da Copasa visitaram o município em março deste ano.
Na segunda-feira, padre Salvador não foi encontrado na prefeitura. No município de Buritizeiro, a administração só funciona a partir do meio-dia. O diretor do SAAE, Celso Luiz Ribeiro, também não estava na autarquia. No local, funcionários disseram que ele só trabalha na parte da manhã. Pelo celular, Ribeiro confirmou que não trabalha à tarde. "Tenho três ramos de atividade. Tenho concreteira, construtora", disse o diretor do SAAE, que ainda admitiu morar no município vizinho, Pirapora. Ele negou que a portaria seja em retaliação aos servidores. "Eles ficam conversando em grupinhos atrapalhando o serviço." Ele não soube explicar como um servidor estaria proibido de se reunir individualmente. "Às vezes, eles ficam sozinhos na janela conversando com gente lá fora", tentou. O diretor não quis prestar informações sobre a possível venda do SAAE.
Buritizeiro tem 26.900 habitantes e já coleciona escândalos. A cidade foi alvo da operação "Conto do Vigário". Desencadeada pelo Ministério Público, ela descobriu um esquema de fraudes em licitação e concursos públicos. Padre Salvador já foi cassado pela Câmara Municipal, acusado de
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