quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Denúncia complica delegado.


Investigado. Delegado Márcio Olinto Hazan continua trabalhando em Itaúna, mesmo com as denúncias
DIVULGAÇÃO
Investigado. Delegado Márcio Olinto Hazan continua trabalhando em Itaúna, mesmo com as denúncias
Márcio Hazan já responde a processo por fraude em liberação de carros.
Uma série de irregularidades cometidas na única delegacia de Polícia Civil de Itaúna, cidade da região Central do Estado, é investigada por um grupo de promotores designado pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado. A mais recente delas, oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) na semana passada, levou o delegado chefe Márcio Olinto Hazan a ser denunciado por corrupção privilegiada. Em setembro, o mesmo delegado foi acusado de participar de um esquema de fraudes na liberação de documentos de 3.000 veículos na cidade, crime pelo qual responde na Corregedoria Geral da Polícia Civil. Na denúncia mais recente, Hazan é investigado por ter deixado de cumprir uma ordem de prisão contra uma testemunha que mentiu durante depoimento no Tribunal do Júri, em outubro do ano passado. O homem foi levado até o delegado para ser preso em flagrante. O crime de falso testemunho pode render pena de dois a seis anos de reclusão. Segundo a investigação do MPE, o delegado teve uma "conversa de pé de ouvido" com o advogado Leonardo Lopes de Andrade e atendeu ao pedido de liberação do acusado. Assim, Hazan incorreu em "grave crime funcional" e "tirou a legitimidade do Tribunal do Júri", relata o MPE. No dia do ocorrido, Andrade atuava como advogado do réu, um jovem que participou de uma tentativa de homicídio após uma discussão banal. Durante o julgamento, os jurados perceberam que duas testemunhas de defesa estavam mentindo. Elas haviam sido convencidas pelo pai do acusado a participarem da farsa. Uma testemunha se arrependeu, assumiu a armação e foi liberada. Para a outra, foi expedida a ordem de prisão. Em depoimento, o advogado admitiu ter pedido ao delegado para que seu cliente não fosse autuado por falso testemunho. Desde que os fatos vieram à tona, o delegado evita aparecer. Apesar das denúncias, ele continua trabalhando e chegou a receber o título de cidadão honorário de Itaúna em setembro. A Corregedoria Geral da Polícia Civil deve pedir o afastamento de Hazan em breve.
Inquéritos
"Ele aprontou por onde passou"
O delegado Márcio Olinto Hazan é um antigo conhecido de promotores do Ministério Público Estadual (MPE) e da Corregedoria Geral da Polícia Civil. O nome dele figura em mais de dez inquéritos no setor que investiga irregularidades cometidas por policiais. Segundo o subcorregedor Elder Dangelo, o delegado Hazan "aprontou por onde passou". Com mais de duas décadas de corporação, Hazan já atuou em delegacias de várias cidades mineiras, como Mateus Lemes, Florestal, Juatuba, Itaguara e Lagoa Santa. Em Itaúna, região Central do Estado, além da acusação de não prender em flagrante uma testemunha que mentiu em júri, Hazan é suspeito de participação em um esquema fraudulento de emissão de documentos de veículos com algum tipo de restrição no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Em Itaguara, na mesma região, o delegado libertou um homem preso em flagrante por tráfico de drogas pela Polícia Militar, alegando que não "estava convencido de que o homem era traficante", segundo a Corregedoria Geral da Polícia Civil. Um traficante em Mateus Leme também foi beneficiado pelo delegado em 2009. Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, o delegado apreendeu R$ 7.000, mas acabou devolvendo o dinheiro a pedido do advogado do traficante. (RRo)
Minientrevista
"É provável que ele seja afastado"
Elder Dangelo
Subcorregedor da Polícia Civil
O Ministério Público investiga o delegado Márcio Hazan por ele se negar a prender uma pessoa autuada em flagrante por falso testemunho. A corregedoria está acompanhando? Sim, estamos apurando. Cumprimos mandado de busca e apreensão na casa dele no último dia 6 de outubro. O que foi encontrado? Achamos uma série de documentos que não deviam estar em poder dele, como Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCP) da delegacia de Lagoa Santa, onde ele trabalhou em 2008. Por que o delegado continua trabalhando diante das acusações? Ele já foi punido disciplinarmente e cumpriu suspensão. É provável que seja afastado.
FONTE: O TEMPO.

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