LUCAS SIMÕES
Minas Gerais vai fazer, ainda neste ano, testes com um radar capaz de medir a velocidade média de veículos em trechos específicos de uma via. O objetivo é multar motoristas que excederem o limite de velocidade durante um trajeto – e não apenas aplicar as multas por meio de radares fixos e móveis, em locais pontuais, como acontece hoje no país. A tecnologia foi inaugurada no país ontem, para levantar dados em São Paulo.
Na prática, o equipamento funciona com dois radares instalados em pontos distintos da via, que medem a velocidade média do veículo e o tempo gasto em determinado percurso. Como o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ainda não permite o uso dos novos radares para aplicar multas – devido à falta de testes de eficiência com o equipamento –, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) decidiu usar a tecnologia apenas para monitorar o tráfego.
Em Minas, os primeiros testes serão feitos até o fim de 2013, nas rodovias LMG–800 e MGs–030 e 424, que ligam Belo Horizonte a Confins, na região metropolitana, por onde circulam 40 mil veículos diariamente. “Vamos usar o novo radar para monitorar o tempo gasto nas redondezas do Aeroporto de Confins, em uma preparação de fluxo para a Copa do Mundo de 2014”, justifica o gerente de trânsito e segurança do DER–MG, Ivan Godoi. Ele não informou o número de radares que serão testados nem o preço dos equipamentos.
Eficiência. O DER avalia que o equipamento, ainda que aprovado pelo Denatran para multar motoristas, poderia ser usado apenas em estradas. “O radar só funciona onde o motorista pode dirigir por longos trechos a uma velocidade de 100 km/h, 120 km/h, por exemplo – o que é o padrão norte-americano. Em vias urbanas, ele não funcionaria bem”, frisou Godoi.
Para o especialista em trânsito José Aparecido Ribeiro, do SOS Rodovias, a nova tecnologia não será eficaz sem a reestruturação das rodovias. “A maioria das estradas mineiras está em má condição de uso e possui pontos críticos. Controlar a velocidade em um trecho longo, mas com má conservação, não resolve”, argumenta Ribeiro.