quinta-feira, 30 de abril de 2015

Redação com informaões Agência Câmara | 29 de Abril de 2015 às 11:26

De cada 10 presídios no Brasil, 3 permitem entrada de drogas e armas

Presídio da Paraiba/Foto:reproduçãoPresídio da Paraiba/Foto:reprodução
Três em cada dez presídios brasileiros não conseguem blindar a entrada de armas e drogas. A informação é do diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Renato De Vitto, que participou ontem de uma audiência pública na CPI do Sistema Carcerário, realizada na Câmara Federal.
Segundo De Vitto, o principal problema é que faltam máquinas para detectar a presença de objetos como o body scan (aparelho utilizado por bancos) e os chamados rastreadores manuais, semelhantes a aqueles usados nos aeroportos.
Para Vitto, não é apenas a falta de equipamentos de segurança que facilita entrada de arma e drogas nos presídios, mas também o déficit de agentes carcerários e o excesso de presos, o que facilita não só entrada de objetos não permitidos, mas também a fuga da presos.
O diretor afirmou que as prisões do Brasil sofrem com a superpopulação. Segundo Vitto, o Brasil possui uma das maiores taxas crescimento da população carcerária do mundo, chegando a ser seis vezes maior que a dos Estados Unidos. “Para cada espaço destinado a 10 presos, nós temos 16 a 17”, explicou.
?Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, desde início desse ano, já foram registrados casos de fuga em Dourados, Água Clara, Chapadão do Sul e Campo Grande, onde um detendo conseguiu fugir a pé do Presídio de Trânsito, que possui 540 presos e apenas sete agentes penitenciários. 
Assim como no sistema carcerário de outros estados, em Mato Grosso do Sul, a superlotação nas delegacias devido à falta de vagas em presídios é outro agravante de situação. Em janeiro deste ano, por exemplo, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), denunciou que haviam 41 presos em uma cela com capacidade para 12 pessoas.
Outro problema apontado pelos convidados é que o sistema penitenciário brasileiro não trabalha de forma eficaz na reinserção dos detentos na sociedade. 
Na opinião do presidente da CPI, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), a ineficácia do atual modelo está relacionada a problemas de gestão e à falta de oportunidades de trabalho e de educação para os detentos nos presídios. Ele assegurou que a comissão vai entregar uma proposta para a sociedade. “Nós devemos isso”.

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...