Rafaela Pereira Gurgel Silva de Mello é advogada
(Foto: Igor Jácome/G1)
(Foto: Igor Jácome/G1)
Tarcísio Nóbrega de Mello Júnior é empresário
(Foto: Igor Jácome/G1)
Na manhã desta terça (15), policiais da Delegacia Especializada em
Defraudações e Falsificações cumprem mandados de busca e apreensão em Caicó e em Natal.
Segundo o delegado Júlio César Costa, titular da Especializada, os
mentores do suposto esquema são o empresário Tarcísio Nóbrega de Mello
Júnior e a mulher dele, a advogada Rafaela Pereira Gurgel Silva de
Mello, proprietários da Veloz-Net.com, especializada em serviços de
provimento de acesso à internet. Ainda de acordo com o delegado, ambos
responderão por estelionato e, eventualmente, lavagem de dinheiro. Os
suspeitos negam o crime. Em Natal, a polícia também cumpriu um mandado
de busca e apreensão numa residências no bairro de Neópolis, que
pertence ao casal. Computadores e documentos foram recolhidos.(Foto: Igor Jácome/G1)
Na primeira fraude, o delegado explica que os suspeitos utilizaram meios fraudulentos para enviar tickets eletrônicos -chamados e-vouchers vip - para a divisão de lucros da empresa, “gerando créditos ilegais exorbitantes no banco virtual (sistema de gerenciamento dos ganhos pecuniários e transferências bancárias), que foram transferidos para as suas contas bancárias cadastradas no sistema”. Nesta modalidade, a NNex constatou fraudes em aproximadamente 700 logins de empreendedores digitais, dentre eles 23 logins que se reportam ao nome da Veloz-Net.com. Ainda segundo levantamento apresentado pela NNEx, a fraude gerou um prejuízo financeiro em torno de R$ 500 mil.
Carro de luxo foi apreendido na casa dos suspeitos, em Caicó (Foto: Igor Jácome/G1)
Na segunda fraude, a investigação aponta que o casal modificou o banco
de dados da NNex, alterando uma taxa cobrada à título de encargos de
transferência bancária, que é de R$ 5,90, para importâncias vultosas,
cuja materialidade do crime encontra-se firmada por meio dos espelhos
dos extratos financeiros extraídos do banco virtual do sistema da
empresa, como também por meio dos comprovantes de depósitos. “Aqui, as
fraudes feitas no back office dos empreendedores totalizam a
impressionante marca de aproximadamente R$ 2 milhões, deixando claro que
Tarcísio Nóbrega de Mello Júnior e Rafaela Pereira Gurgel Silva de
Mello foram os mentores e os grandes beneficiados pelos golpes
consumados no sistema de automação da empresa”, afirmou o delegado.Já na terceira e última modalidade, o delegado Júlio Costa relatou que foram feitas transferências de titularidade dos logins de diversos empreendedores afiliados, “quando os golpistas alteraram substancialmente o valor da taxa cobrada pela empresa, gerando créditos no banco virtual que gerencia as bonificações por eles recebidas, transferindo os valores para as contas bancárias cadastradas no sistema a exemplo do que ocorreu na segunda modalidade de fraude. Esta fraude gerou um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão, mas a empresa ainda não apresentou a documentação comprobatória desta espécie criminosa”, detalhou.
NNex
O gerente operacional da NNex, Eugênio Pachelle Costa, declarou à polícia que foram realizadas 123 mudanças fraudulentas de titularidade de logins de empreendedores, “tendo os CPFs do casal investigado registrados como destinatários dos créditos gerados pelos logins de origem, quando os indigitados modificavam o custo pela geração da mudança de titularidade (R$ 50) em créditos vultosos”.
Ainda de acordo com o gerente, a NNex desenvolve atividade econômica de venda direta de produtos e serviços e a prestação de serviços de divulgação, publicidade e comunicação na internet, remunerando a pessoa que se afilia à empresa (conhecida como empreendedor digital) por meio de tickets eletrônicos chamados e-vouchers vip e e-vouchers express. Os primeiros são usados apenas como cupons-descontos junto à rede parceira. Os outros podem, também, ser enviados para a divisão de lucros da empresa, advindo daí uma das formas de remuneração pecuniária do afiliado.
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