Em meio à alta da violência em SP, PMs sofrem cortes no pagamento
05/12/2012
Em meio à onda de violência e mortes de PMs no Estado de São Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB), amparado por decisão liminar, está pagando até R$ 1.300 a menos nos contracheques para policiais militares desde novembro. A variação ocorre de acordo com a patente.
Entidades que representam a categoria tentam reverter o corte nos pagamentos referentes a ganhos por tempo de serviço obtidos judicialmente e que já vinham sendo pagos havia dois anos.
Governo de SP afirma que paga seus servidores conforme a legislação
Segundo a Associação de Cabos e Soldados do Estado de São Paulo, o corte atingiu cerca de 92 mil policiais que recebiam o benefício --SP tem cerca de 147 mil homens.
O impacto varia de R$ 80 para um soldado com cinco anos de corporação, por exemplo, até R$ 1.300 no caso de oficiais graduados, como coronéis com mais de 20 anos de serviço na PM, disse o presidente da associação, cabo Wilson Morais.
A Folha teve acesso ao contracheque de um cabo da PM que sofreu diminuição de R$ 592 nos vencimentos de novembro, ante o total de pagamentos de outubro.
Esse dinheiro já fazia parte do orçamento do policial. Muitos financiaram a reforma da casa, compraram um carro a prestação e agora ficaram com dívida no banco.
Morais afirmou que a associação tem se posicionado contra movimentos que sugerem greve dos PMs.
DIÁLOGO
Segundo ele, o novo secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, tem dialogado com a categoria e até intermediou uma reunião entre a representação dos PMs e Alckmin.
O encontrou inicialmente está marcado para esta quarta-feira (5), de acordo com Morais. A disputa sobre os valores suspensos agora teve início em 2008, quando a representação dos cabos e soldados e a Associação dos Oficiais da Reserva pediram uma revisão alta de 5% a cada cinco anos.
Em segunda instância, o Judiciário deu ganho de causa às entidades em 2010 e determinou pagamento do novo cálculo e de atrasados.
No STF (Supremo Tribunal Federal), o Estado conseguiu suspender o pagamento alegando que o benefício gera impacto de R$ 1,5 bilhão aos cofres paulistas. As associações contestam o dado.
Já morreram em São Paulo neste ano cem policiais militares. A violência cresceu no Estado e, em Ribeirão, o número total de homicídios (67) é o maior desde 2003.
FOLHA
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