Agentes pedem rigor em investigação de assassinato
Sindicato e Associação pedem apoio ao Poder Legislativo de SE
Edilson Souza: preocupação com crimes contra agentes e familiares |
Os representantes da classe entendem que o assassinato de Padilha pode estar associado a represálias a agentes penitenciários que exercem a função com eficiência e dedicação, especialmente em ações para combater o tráfico de drogas dentro dos presídios sergipanos. “Suspeitamos que esta morte tenha algo a ver com a atividade fim dos agentes penitenciários. Não temos certeza, mas temos dúvidas e só a Polícia pode esclarecer”, diz o presidente da Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado de Sergipe, Edilson Souza.
Opinião compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Iran Alves. “Não afastamento a possibilidade e cabe a Polícia investigar”, diz. Ambas as entidades estão preparando ofícios para encaminhar à Secretaria de Estado da Segurança Pública solicitando rigor na apuração e também à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, pedindo acompanhamento das investigações da SSP.
Atentados à profissão
As entidades demonstram preocupação com o índice de violência registrado em Sergipe contra agentes penitenciários e respectivos familiares. Segundo os sindicalistas, já ocorreram várias mortes de agentes, tentativas de homicídio e também assassinato a parentes de agentes penitenciários, crimes, na opinião dos sindicalistas, que apresentam características à repressão ao trabalho realizado pelos agentes penitenciários no sistema prisional do Estado.
Iran Alves e Adilson Souza citam alguns, mas eles não detalham nomes das vítimas e datas precisas das ocorrências. No entanto, indicam como casos associados à atividade profissional dos agentes prisionais os assassinatos dos agentes penitenciários Valmir dos Santos, ocorrido neste ano no Parque dos Faróis, Ailton Paulino e Rubens, ocorridos entre os anos de 2008 e 2009, a morte de um outro agente (cuja identidade eles não lembram), enforcado com fio dentro do presídio de Tobias Barreto, em 2004.
O sindicalista Iran Alves lembra ainda o assassinato de um cidadão, que seria irmão de um agente penitenciário, crime que teria ocorrido em 2005. Esta última vítima teria sido confundida com um agente penitenciário conhecido como Wellington Ceará, que seria o alvo da execução, segundo Iran Alves.
Além destes crimes, Iran revela que ele próprio sofreu atentado no ano de 2009. “Eu saía de minha residência com destino à Praia de Jatobá e cerca de quatro homens em um veículo me seguiram, emparelharam em meu carro, mandaram eu parar e, como acelerei, eles aceleraram também, me ultrapassaram e dispararam vários tiros contra meu veículo”, lembra o presidente do Sindicato.
Ele revelou que, à época, um dos tiros atingiu o pneu do veículo e ele perdeu o equilíbrio. “O carro parou no acostamento e Deus me ajudou que eu estava armado e revidei os tiros. Eles chegaram a parar o carro, mas como revidei, eles saíram em disparada”, conta. “Foi tudo muito rápido. Não deu para ver a placa do carro, que seria um Kadet de cor preta.
O presidente do Sindicato lembra ainda que um outro agente penitenciário também teria sido vítima de um atentado semelhante com homens utilizando um veículo com as mesmas características: Kadet de cor preta. “Tudo isso vem acontecendo e nada é feito. Os agentes penitenciários estão pedindo socorro”, diz o presidente do Sindicato, Iran Alves.
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