quarta-feira, 2 de março de 2011
Policiais militares e civis voltam a se estranhar
Policiais militares e civis voltam a se estranhar
Após bate boca, os policiais das duas corporações realizaram manifestação cobrando retratação de Lafayette Andrada
Carlos Calaes - Repórter - 1/03/2011 - 19:54
Frederico Haikal
Faixa foi o que provocou princípio de briga entre os policiais
Por pouco não ocorreu mais um confronto entre policiais militares e civis na tarde desta terça-feira (1º) na Assembleia Legislativa. Logo depois da manifestação dos militares contra as declarações do secretário de Estado da Defesa Social, Lafayette Andrada, sobre militares da Rotam, integrantes das duas corporações voltaram a se estranhar.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), Antônio Marcos da Pereira, o "Toninho Pipoco", uma faixa com os dizeres "Cidadão. Integração é farsa. Quem manda em Minas é governador Anastasia ou o comandante da PM coronel Renato Vieira?" não foi permitida por seguranças da Assembleia. Pipoco disse que, no entanto, foi a segunda faixa que provocou o início de estranhamento entre policiais das duas corporações. A faixa, com os dizeres "Pelo fim das abordagens violentas, arbitrárias e esculachantes da PMMG contra qualquer cidadão" não foi aceita pelos militares e provocou um bate-boca entre os sindicalistas, o vereador cabo Júlio (PMDB) e o deputado Sargento Rodrigues (PDT), ex-integrantes da PM.
Após algum tempo, o Sindpol retirou a faixa e os ânimos voltaram ao normal. De acordo com o coordenador de Direitos Humanos da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), sub-tenente Luiz Gonzaga Ribeiro, houve uma pequena discussão quando os militares solicitaram que a faixa fosse retirada, o que foi feito sem maiores incidentes.
Na tarde de segunda-feira (28), Andrada convocou representantes da Aspra-MG e do Centro Social Cabos e Soldados PM e Bombeiros do Estado para uma reunião sigilosa. De acordo com Ribeiro, o secretário não chegou a se desculpar formalmente, mas reconheceu que suas declarações criaram um mal-estar na tropa. O encontro teria sido uma forma de acalmar os ânimos dos militares durante a manifestação desta terça, em protesto sobre a declaração de Andrada.
A estratégia parece ter funcionado. Fora o estranhamento entre policiais civis e militares, a manifestação ocorreu sem maiores incidentes. Além de retratamento de Andrada, a manifestação também cobrou que a Rotam tenha seu reconhecimento dentro da PM e que os militares Jason Ferreira Paschoalino, Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte e Jonas David Rosa tenham um julgamento justo, e que não sejam condenados antes do fato apurado. O cabo Fábio de Oliveira, 45 anos, que comandava a equipe da Rotam, foi encontrado morto em uma cela do 1º Batalhão na manhã do último dia 25.
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