Polícia Federal apura caixa 2 de Dinis Pinheiro
Toninho Almada/Arquivo Hoje em Dia
Dinis Pinheiro é alvo de investigação da PF por uso de caixa 2 e compra de votos em Brumadinho
A papelada, com dezenas de recibos originais – a maior parte deles
assinada por quem recebeu o dinheiro – mostra que Dinis, por meio de
seus coordenadores de campanha, teria feito possível uso de caixa 2 e
comprado votos na eleição de 2010.
Um dos cabos eleitorais, que poderá ser ouvido pela PF, confirma a
irregularidade e apresenta documentos. Trata-se do advogado Cláudio
Augusto Teixeira (irmão do secretário de Saúde de Belo Horizonte,
Marcelo Teixeira), que foi um dos coordenadores da campanha de Dinis em
Brumadinho (cidade em que o deputado teve 3.190 votos), na Grande Belo
Horizonte.
Confirmação
Um grupo de colaboradores da campanha do deputado confirma a
irregularidade. Teixeira disse que distribuiu na cidade cerca de R$ 120
mil em espécie para políticos, líderes comunitários e cabos eleitorais a
pedido do deputado.
O recebimento de R$ 36 mil está registrado em cupons fiscais, recortes
de papel e notas de abastecimento, totalizando 86 recibos. Os valores
variam de R$ 20 a R$ 3.900. Também fazem parte da contabilidade 25
comprovantes de abastecimento. Juntos, eles somam R$ 1.425,64.
Teixeira afirma desconhecer a origem do dinheiro. Diz que 90% da bolada
foram entregues a ele por José Paulo da Silveira Ataíde em reuniões no
comitê de campanha e outras no gabinete de Dinis, na Assembleia.
Ex-vereador de Brumadinho e aliado político de Dinis, José Paulo da
Silveira Ataíde foi candidato derrotado a prefeito da cidade, em 2008,
pela coligação PSDB/PT.
O Hoje em Dia procurou quem participou da distribuição da dinheirama para checar a forma de pagamento e a autenticidade das assinaturas.
Entre os beneficiários encontrados, alguns são pessoas simples e
desconhecem a gravidade do ato. Outros mostraram conhecer a ilegalidade,
mas apresentaram indiferença. Na maioria dos depoimentos, as
declarações são idênticas: eles reconhecem as assinaturas como sendo
verdadeiras e confirmam a versão de Cláudio Teixeira, que sustenta que
os pagamentos de R$ 3.800 foram realizados em espécie.
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