OS PRESIDIÁRIOS CONSEGUIAM MORDOMIAS COMO FESTAS REGADAS A ESPUMANTE
O presídio Ucciardone, em Palermo, na Itália, é conhecido como "Grand Hotel". Alguns mafiosos que lá cumprem pena costumam receber regalias incomuns.
Michele Catalano, um dos detentos, comemorou seu aniversário dentro da prisão com lagosta e espumante. Outro apenado organizou uma cerimônia de casamento para sua filha na capela do presídio, com todas as pompas.
Porém, estas mordomias vão chegar ao fim. Rita Barbera, a nova diretora do Ucciardone, promete implementar um regimento interno mais rígido. E o um dos itens mais polêmicos é a proibição do uso de roupas de grife. Ternos assinados por estilistas famosos, bem como roupas esportivas de grandes marcas, estão completamente vetados.
- Mas, como assim, vão decidir o que meu marido pode ou não pode vestir? - admirou-se a mulher de um dos presidiários, segundo o jornal italiano La Stampa. Outra esposa alegou que seu marido veste roupas de grife não para ostentá-las, mas porque elas duram mais e têm melhor acabamento. Para ela, vestir roupas mais simples seria "uma humilhação".
A diretora Barbera afirma que quer acabar com o imaginário coletivo de que o presídio siciliano é um paraíso para mafiosos ao estilo do filme O Poderoso Chefão. Vetar as roupas de grife diminuiria as exibições de status e as diferenças sociais, segundo ela.
- É claro que há as roupas falsificadas. Paciência, também vamos vetá-las. Será uma lição de civilidade econômica - finaliza Rita.