Até o fim de 2014, Uberlândia vai ter uma unidade prisional feminina,
segundo o subsecretário de administração prisional, Murilo Andrade
Oliveira. As obras devem começar em janeiro e, quando finalizada, a
unidade vai atender ainda outras comarcas da região. A população
carcerária da cidade hoje é 157 mulheres. A nova penitenciária vai
disponibilizar 407 vagas e o custo é de R$ 15 milhões.
Murilo Andrade Oliveira disse que a obra faz parte de um pacote de três unidades para o Estado (Foto: SEDS MG /Marcilene Neves )
A unidade prisional feminina vai ser construída ao lado da
Penitenciária João Pimenta da Veiga, na zona rural, próximo à BR-365, na
saída para Patrocínio. Andrade disse que a obra faz parte de um pacote
de três unidades que serão implantadas também na região metropolitana de
Belo Horizonte e em Pará de Minas, no centro-oeste do Estado. Os três
presídios têm o mesmo projeto e somarão mais de 1,2 mil vagas ao custo
total R$ 45 milhões. “A situação de Uberlândia chama a atenção e pode
ser considerada preocupante, uma vez que a população carcerária é
crescente e não há uma unidade específica para as mulheres”, afirmou
Oliveira.
Segundo a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), em
Uberlândia há 53 mulheres na Penitenciária Pimenta da Veiga e 64 no
Presídio Professor Jacy de Assis. As unidades oferecem 65 vagas no
total, menos da metade da quantidade de presas.
Em Uberlândia, o número de detentas representa 6,5% dos mais de 2,4
mil presos. O número está próximo do nacional, de acordo com dados
apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que mostrou que 7%
de todos os presos no Brasil são do sexo feminino. São 35 mil mulheres
em um total de 550 mil detentos.
Impacto
As estatísticas da população feminina em detenção
são vistas com preocupação pelo juiz da Vara de Execuções Penais em
Uberlândia, Lourenço Migliorini Fonseca. Para ele, o modelo familiar
clássico é completamente desarticulado, quando a mãe é presa. “É comum
que, na família, já não exista a figura masculina, quando a mãe é
detida. Isso vai expor totalmente os filhos. O impacto social se torna
ainda maior.”
Tráfico e influência de companheiros são as principais causas
Segundo o juiz da 1ª Vara Criminal de Uberlândia, José Luiz de Moura
Faleiros, há dois aspectos que levam as mulheres para a prisão: o
tráfico de drogas e a influência de companheiros com envolvimento com o
crime. “Elas, na maior parte das vezes, são cooptadas pelo cônjuge para
crimes como o tráfico.” Ainda de acordo com o magistrado, é crescente o
envolvimento delas em crimes como roubo, que envolve violência.
De acordo com números da Secretaria de Defesa Social (Seds), em Minas
Gerais, os delitos que mais levam as mulheres para a prisão são
tráfico, roubo e furto. A maioria tem entre 19 e 45 anos e ensino
fundamental incompleto.
fonteCorreio de Uberlândia Online
Correio de Uberlândia Online