Arquivo/Éder Azevedo |
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Centro de Ressocialização Dr. João Eduardo Franco Perlati |
A diretora do Centro de Ressocialização (CR) “Dr. João Eduardo Franco Perlati“ de Jaú, Maria de Lourdes Kerche do Amaral, foi presa em flagrante pela Polícia Civil, ontem de manhã, acusada de utilizar uma viatura e quatro reeducandos da unidade para fazer mudança particular. Dois agentes penitenciários que acompanhavam os detentos também foram presos. Eles vão responder por peculato (quando o servidor público usa o cargo para conseguir algo em benefício próprio). A pena, em caso de condenação, varia de 2 a 12 anos de reclusão.
O delegado seccional de Jaú, Carlos Alberto Gomes da Rocha Silva, revela que a prisão dos três ocorreu após denúncia. “Eu recebi de manhã uma denúncia de que ela (diretora) estava utilizando uma viatura do Estado para fazer a remoção de presos para a casa dela para fazer mudança”, conta. “E ela está de licença-prêmio, ela está de licença do Estado. Ela não poderia nem utilizar presos, nem usar funcionários e, muito menos, usar a viatura”.
Após a constatação da irregularidade, segundo o delegado, Maria de Lourdes e os agentes penitenciários Marcos Antônio dos Santos, 39 anos, e Alexandro Alves de Oliveira, 37 anos, foram presos e levados à delegacia para prestar depoimento. A viatura do CR foi apreendida. “Ela disse que iria pagar para os presos fazerem o serviço, mas não tinha autorização judicial. Para você utilizar preso para fazer qualquer serviço, você precisa de autorização do juiz”, explica.
De acordo com Silva, os quatro reeducandos cumpriam pena no regime semiaberto e foram conduzidos de volta ao CR. Os agentes penitenciários, que seriam encaminhados à Penitenciária Tremembé II, conseguiram alvará de soltura no final da noite. A diretora do CR passou mal enquanto prestava depoimento e foi levada à Santa Casa de Jaú com a pressão alta. No final da noite, o advogado dela também conseguiu seu alvará de soltura.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que já acionou a Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário para rigorosa apuração dos fatos. “Se procederem as afirmações, a diretora será destituída da função que atualmente exerce, além do que será instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar, por procedimento irregular de natureza grave, ou seja, além de responder criminalmente, também responderá administrativamente”, diz.