Tenente da PM é suspeito de disparar tiro que matou médico em UberlândiaO policial está preso e todas as armas de militares envolvidos na ocorrência foram apreendidas

Luana Cruz

Paula Sarapu

Publicação: 19/07/2013 07:56 Atualização: 19/07/2013 08:11

Um tenente da Polícia Militar está detido suspeito de atirar contra o médico Marcus Vinícius Galante Buissa, de 52 anos, na madrugada de quinta-feira em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O dermatologista foi morto com um tiro no peito durante uma operação policial para prender assaltantes que explodiram um terminal eletrônico em agência da Caixa Econômica Federal no Bairro Martins. Testemunhas contam que os militares chegaram quando os criminosos deixavam a agência e houve troca de tiros. Todas as armas de policiais envolvidos na ocorrência estão apreendidas. 

Já estão instaurados o inquérito Policial Militar a cargo da corporação, e o inquérito policial a cargo da Polícia Civil, para apurar de onde partiu o disparo de arma que vitimou o médico. O legista que realizou a perícia, informou que a bala transfixou o corpo da vítima e não foi localizada para que fosse analisado, contribuindo para a identificação da arma. De acordo com a PM, tendo em vista as evidências coletadas no local, preventivamente o policial militar foi autuado em flagrante delito, por ter sido o único a usar da arma de fogo no local da ocorrência. 

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A investigação está sendo feita pela Polícia Federal por ter envolvimento da Caixa Econômica. As imagens gravadas pelas câmeras de vigilância serão analisadas e a PM faz buscas na região tentando localizar os assaltantes. Segundo o delegado da PF Carlos Henrique Cotta D’angelo, as investigações serão feitas em conjunto para que se esclareça de onde partiu o tiro que matou Marcus Vinícius. Um das linhas de apuração é de que o médico ficou no fogo cruzado e foi baleado por militar. 

Na tarde de hoje, ocorreu uma coletiva com a imprensa que contou com a presença do Secretário de Estado de Defesa Civil, Rômulo Ferraz, do Comandante-Geral da PMMG, Márcio Martins Sant'Ana, do Chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão, do Comandante da 9ª RPM, Dilmar Fernandes Crovato, e da Delegada Regional da Polícia Civil, Márcia Pizzoli. Durante a coletiva, tanto o Secretário Rômulo Ferraz, quanto o Comandante-Geral da PM, Márcio Sant'Ana, reafirmaram a confiança no Comando das Polícias Militar e Civil, na elucidação do caso e identificação do responsável pelo disparo que vitimou o médico.

Crime

Segundo informações da PM, o crime ocorreu por volta das 4h. Marcus Vinícius, natural de São Paulo, dava plantão na clínica médica da Unidade de Atenção Integrada (UAI) do bairro, a 100 metros da agência que foi alvo dos criminosos. Ao ouvir o barulho da explosão, o médico chegou até a porta da unidade de saúde para ver o que estava ocorrendo e acabou sendo baleado no peito. Marcus Vinícius era irmão da vereadora Gláucia Buissa, a Gláucia da Saúde. 

A PM informou que quatro homens armados participaram do ataque. Uma máquina de autoatendimento foi destruída pela bomba, mas a quantia roubada não foi informada. As portas de vidro do banco também foram quebradas e uma outra máquina danificada. Colegas que também estavam de plantão se assustaram com o estrondo e, quando viram Marcus Vinícius caído, tentaram socorrê-lo. Ele foi levado para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. 

O médico 
O médico foi velado ontem em Uberlândia, A família é de Cedral (SP), próximo a São José do Rio Preto, onde o corpo será sepultado nesta sexta-feira. Marcus Vinícius prestava serviços à rede municipal de saúde desde 2004 e este ano foi cedido pela Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo à Prefeitura de Uberlândia. Ele tinha um consultório na cidade e estava assumindo a coordenação técnica da UAI Luizotti. Era casado com uma médica e um dos filhos estuda medicina em Belo Horizonte. A esposa, Graça, estava na capital a trabalho quando soube da notícia. Na manhã de ontem, ela e o filho seguiram para o Triângulo. O corpo foi velado em Uberlândia.