Corregedoria da PM apontou excesso por parte de dois policiais militares.
Seis estudantes da UFMT ficaram feridos durante confronto com a polícia.
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Dois policiais militares da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) foram indiciados pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso por excesso durante ação contra estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que faziam um protesto na Avenida Fernando Corrêa da Costa, nas proximidades do campus de Cuiabá, em março deste ano. O relatório final das investigações foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), a quem sabe oferecer denúncia ou não contra os agentes.
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No confronto, cinco universitários ficaram feridos após serem atingidos por balas de borracha e outros seis foram detidos. Após serem identificados por meio de vídeos postados nas redes sociais, os policiais suspeitos da agirem de forma truculenta foram afastados dos cargos e o comandante, responsável por comandar a equipe de PMs acionados para interromper a manifestação, exonerado do cargo.
Porém, os PMs retornaram às funções ao término das investigações e a Corregedoria eximiu o então comandante da base da Polícia Militar, do Bairro Boa Esperança, o capitão Gilson Vieira da Silva, de culpa. "O relator do inquérito entendeu que três deveriam ser indiciados, mas a Corregedoria só indiciou dois deles ao avaliar que só houve excesso por prática policial por parte desses dois", disse o corregedor-geral da PM, coronel Alexander Maia. "Depois de concluídos os trabalhos, entendemos que não houve excesso por parte do capitão Vieira", frisou.
Os nomes dos policiais não serão divulgados, segundo o corregedor, para preservá-los, já que ainda não foram condenados pela Justiça. Além disso, na avaliação do coronel, os agentes devem continuar trabalhando. "A função da Corregedoria é apontar os erros e corrigí-los. Queremos corrigir as falhas e não que os policiais recebam sem trabalhar", pontuou.
Logo depois do confronto, a polícia informou que os estudantes reagiram contra os PMs e por isso haviam sido detidos por desacato à autoridade. O capitão Gilson Vieira da Silva, por sua vez, havia dito que os manifestantes quebraram o acordo sobre a duração do protesto, que não deveria passar de apenas 10 minutos. Depois, no entanto, o governador Silval Barbosa determinou que o caso fosse devidamente apurado e declarou não admitir excessos e abusos da corporação.
Os universitários protestavam, entre outras medidas, contra a redução do número de vagas disponíveis na Casa do Estudante (CEU), mantida pela UFMT. Os manifestantes que foram presos apontaram que houve truculência não só no momento do protesto, mas quando estavam no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do Bairro Planalto, na capital. Uma advogada da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) disse ter sido desrespeitada quando tentava obter informações no local sobre a prisão dos estudantes.
Ioni Ferreira Castro relatou ter sido impedida pelos policiais militares de acompanhar o registro do boletim de ocorrência referente ao confronto e um policial ainda mandou que se calasse. Outro agente quebrou uma porta de madeira, que se soltou da dobradiça, e ainda culpou a advogada pelo dano. Em seguida, deu voz de prisão à advogada por depredação de patrimônio público.
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