segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


Morto no carro - Cabo do Corpo de Bombeiros é assassinado com um tiro na cabeça e polícia acredita em latrocínio

Cabo Alanderson Soares foi encontrado morto dentro do seu carro






















Descrito pelos colegas de corporação como “uma pessoa avessa à violência e que sequer andava armado”, o cabo do Corpo de Bombeiros, Alanderson Alcântara Soares, 38 anos, foi assassinado na madrugada de ontem, com um tiro na cabeça, dentro de seu carro, um Toyota Corolla XEI, placa KAE-8021, de Santa Luzia. O automóvel é registrado em nome do militar e o crime está sendo investigado como latrocínio (assalto seguido de morte). Ele, que era lotado no 1º Batalhão, é o terceiro integrante das forças públicas de Minas Gerais a ser morto em menos de 15 dias na capital mineira.

De acordo com informações de colegas da corporação e da Polícia Militar, o cabo discutiu com a esposa por volta das 4h da madrugada de ontem, na sua residência, Bairro Cristina, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e saiu com o carro. Ele passou na casa de seu pai, que é vizinho, e depois teria seguido para os bairros Serra Verde e Europa (ambos da capital e próximos ao Cristina), sendo que foi morto neste último, na Rua Finlândia, em frente ao número 55, por volta das 5h30.
As primeiras informações que chegaram para a Polícia Militar (PM) davam conta que o bombeiro bateu com o Toyota no muro de uma casa comercial e que morreu em virtude do choque. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e o corpo foi retirado do carro, sendo que o médico da unidade constatou sua morte. Somente com a chegada da perícia da Polícia Civil é que o caso tomou outro rumo. Um dos peritos constatou uma perfuração um pouco abaixo da orelha direita e ficou constatado que se tratava de ferimento provocado por arma de fogo. O corpo estava de bermuda, chinelos e sem camisa.

O carro batido estava engrenado em primeira marcha, o que aponta baixa velocidade. Além disso, o equipamento air bag não chegou a ser inflado, em virtude do pouco impacto da batida. A polícia segue duas linhas de investigação: uma, que o agressor estaria no banco de trás do Toyota e outra que o tiro teria sido disparado de fora do veículo, já que o vidro dianteiro da porta, do lado do passageiro estava abaixado. A carteira do bombeiro e seu dinheiro não foram encontrados no carro. 
De acordo com um policial militar que pediu para não ser identificado, três suspeitos bem jovens teriam sido vistos fugindo do local. Um deles teria sido identificado, mas não foi localizado. Perto do local da batida, a cerca de 30 metros, há um bar que estava aberto na hora do crime, mas os frequentadores disseram que o militar não passou nele.

Tranquilo
O cabo Josmar Goncalves Júnior, também do Corpo de Bombeiros, disse que era amigo de Alanderson há muitos anos e que ele esperava sua promoção para sargento no fim deste ano. “Ele era um cara tranquilo, que gostava de trabalhar na linha de frente. Há algum tempo foi transferido para a área administrativa, onde ficou por oito meses. Mas não se adaptou e pediu para voltar a trabalhar nas unidades de resgate, fazendo socorro nas ruas. Era muito tranquilo e nem sequer usava armas, um direito que ele tinha por ser militar”, contou.

Alanderson era socorrista e trabalhava em unidades de resgate, sendo lotado no posto avançado do Bairro Saudade. O cunhado da vítima, o policial militar AntônioValter Lira da Silva, esteve no local para retirar o carro acidentado e disse que a família espera que o crime seja solucionado. “Contamos com Deus e acreditamos também na justiça dos homens”, declarou, acrescentando que não sabia de qualquer atividade ilegal do cabo que pudesse ter levado ao trágico desfecho. “Tudo indica que foi um assalto”, finalizou.

Policiais militares do 49º Batalhão e também do serviço velado da PM (P2) trabalharam durante todo dia de ontem em busca de informações que levassem aos suspeitos. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Venda Nova.

Casos
No dia 15, o sargento PM, Rafael Augusto Reis, 23 anos, lotado no Gate, foi morto por policiais civis, depois de uma abordagem desastrada em que ele foi confundido com um marginal. Na última sexta-feira, o policial civil Sérgio Barbosa Toledo, 51 anos, do Departamento Antidrogas, foi morto com um tiro no peito durante um confronto com traficantes, no Beco Turmalina, Vila Santa Rita, no Bairro Industrial, em Contagem.

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