domingo, 13 de março de 2011

Carcereiro obrigava detentos a fazer sexo

Carcereiro obrigava detentos a fazer sexo Autor: Marcelo Bressan Palco de escândalo sexual entre presos e carcereiro Foto: Arquivo Jornal de Limeira Um escândalo no sistema prisional é investigado pela Polícia Civil de Limeira. O caso envolve crimes sexuais. Um agente penitenciário é acusado de obrigar detentos do Centro de Ressocialização (CR) a manter relações sexuais com ele. Os presos seriam molestados sob ameaças e coação. Dois reeducandos decidiram denunciá-lo ao não suportar mais a situação. Os abusos sexuais vinham acontecendo há pelo menos dois meses. De acordo com os relatos, outro detento - indicado como homossexual - agiria como aliciador de reeducandos para o carcereiro. Segundo os presos, de 20 e 21 anos, o agente penitenciário os obrigavam a praticar atos libidinosos. Alegaram que tinham que beijá-lo na boca e, além de acariciá-lo, também eram forçados a fazer sexo oral e anal com ele. De acordo com uma fonte ouvida pelo Jornal de Limeira, mesmo com a recusa dos detentos, eles não tinham meios de escapar das moléstias supostamente promovidas pelo carcereiro. Para se ter idéia, a última relação sexual que o agente teria mantido com um dos reeducandos aconteceu na noite da última segunda-feira. Durante o plantão no CR, o carcereiro obrigou novamente o detendo, 20, a promover sexo anal nele. Tanto que o reeducando, durante o registro da queixa no 4º DP (Cecap), na manhã seguinte, alegou que ainda possuía vestígios da relação sexual com o agente em seu órgão genital, cujos indícios seriam verificados em exame de corpo de delito, requisitado ao Instituto Médico Legal (IML). Os dois presos afirmam na denúncia que o agente penitenciário os obrigavam a manter relações sexuais ao ameaçar forjar o encontro de produtos e material ilícitos - como drogas - em seus pertences e celas. Caso tenham o comportamento prisional comprometido, detentos do CR voltam à penitenciárias e unidades prisionais comuns para cumprir as condenações. ALICIADOR Os dois detentos - que cumprem pena por tráfico e assalto - também salientaram que o carcereiro usa outro reeducando do CR, que seria homossexual, como "contato" para os "encontros sexuais". Além de transmitir os "recados" do agente, tal detendo aliciador também retransmitia as ameaças aos alvos dos abusos. As vítimas ressaltaram ainda haver outros presos que são molestados pelo carcereiro, porém, não querem se identificar por temerem as reações das companheiras e esposas. A princípio, o JL não teve acesso a queixa registrada pela Polícia Civil, mas a reportagem apurou todo o conteúdo da denúncia. Além do registro da ocorrência, uma fonte forneceu mais detalhes ao Jornal. De acordo com ela, um dos reeducandos teria sido vítima de abusos por sete vezes enquanto o outro em cinco ocasiões. Na manhã da última terça-feira, os dois detentos decidiram denunciar o agente ao diretor de disciplina do CR, que apura o caso em procedimento interno e o comunicou à Polícia Civil. Ainda não se tem conhecimento onde aconteciam as relações sexuais, ou seja, se nas celas dos reeducandos ou quando eram encaminhados a alguma função nas dependências do CR, que fica às margens da Via Jurandyr da Paixão de Campos Freire, no bairro Tatu. INVESTIGAÇÃO Ainda ontem, um escrivão do 4º DP iria até a unidade prisional ouvir os dois detentos que denunciaram o agente. O delegado Mamede Jorge Rime, responsável pelo registro do caso, apenas informou ter instaurado inquérito de estupro, conforme a nova legislação de crimes sexuais, para apurar as denúncias, já que as vítimas alegam ter sido constrangidas a atos libidinosos. A direção do CR comunicou o caso ao juiz corregedor Luiz Augusto Barrichello Neto, que instaurou procedimento pela Corregedoria de Presídios para acompanhar as investigações policial e administrativa. O agente foi afastado das funções e deverá ser transferido a pedido da direção do CR

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