quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Quarta, 09 de Fevereiro de 2011
Policial é morto em assalto
Dois dias após jogador do América ser morto, investigador da Civil também é assassinado, na Pampulha, por causa de correntinha
Publicado no Super Notícia em 09/02/2011
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VICTOR HUGO FONSECA E JAQUELINE ARAÚJO
Mãe do acusado de matar o policial foi impedida de visitar o filho no hospital
Um policial civil de 48 anos morreu na manhã de ontem, após ter reagido a um assalto, durante a madrugada, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Civil, o investigador Rômulo Hebert Silveira da Silva, de 48 anos, que trabalhava na Coordenadoria de Apoio Aéreo, passava em um carro Punto acompanhado de uma amiga, pela avenida Otacílio Negrão de Lima, no bairro Jardim Atlântico, por volta das 4h, quando foi abordado por quatro assaltantes. Dois estavam em uma moto e os outros dois estariam em um Fiat Prêmio de cor verde.
Ao se dar conta de que seria assaltado, o policial reagiu e sacou uma arma. Houve troca de tiros, Silva acertou três tiros em Rafael dos Santos Cândido, de 21 anos, que revidou atingido o investigador com cinco disparos.
O policial foi socorrido com vida e levado para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no início da manhã.
A Polícia Militar conseguiu localizar, durante a madrugada, Rafael Cândido, suspeito de ter disparado contra o policial. O rapaz procurou atendimento na Policlínica Ressaca, em Contagem, na região metropolitana da capital. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital Municipal de Contagem, onde ficou internado sob escolta.
A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem informou que Rafael passou por uma cirurgia e não corre risco de morte.
De acordo com o delegado Islande Batista, a mulher que acompanhava Silva reconheceu uma corrente que foi encontrada no pescoço de Rafael como sendo do policial. "Ele seria o autor dos disparos. Estamos buscando os outros que participaram do latrocínio (roubo seguido de morte)", disse.
Ainda de acordo com o delegado, a mulher ainda não prestou depoimento. Ele explicou que ela está em estado de choque e não consegue esclarecer mais detalhes.
A Polícia Civil ouviu, durante a tarde de ontem, três homens que foram detidos após uma denúncia. Policiais chegaram até os três suspeitos após buscas realizadas nos bairro Nacional e Bom Jesus, em Contagem, onde moram Rafael e outros suspeitos.
A polícia ainda prendeu um outro suspeito em Betim. Todos foram ouvidos na Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp) e liberados no início da tarde de ontem por falta de provas.
Na manhã de ontem, a mãe de Rafael Cândido, que não quis se identificar, esteve no hospital para visitar o filho. Muito abalada, ela disse que era difícil acreditar no que estava acontecendo, pois o filho nunca foi preso e fazia "bicos" como vendedor.
Enterro
Rômulo Herbert Silveira da Silva era policial civil desde 1992. Ele passou por várias unidades da corporação, entre elas, Acadepol, Departamento de Telecomunicações e Delegacia de Mulheres. O corpo de Silva vai ser enterrado hoje, às 9h, no Cemitério do Bonfim, no bairro Bonfim, em Belo Horizonte.
Reação só no último caso
Na semana passada, uma dupla que tentou roubar um sargento da PM, à paisana, se deu mal. O militar reagiu e um ladrão foi baleado e outro foi preso. Tiago Lima Claudino, de 28 anos, e Reginaldo da Silva Rodrigues, de 34, avistaram um homem, em um ponto de ônibus, na avenida Santos Dumont, no centro da capital. Os ladrões tentaram dar uma chave de braço, conhecido como "gogo" no militar.
Mesmo depois de anunciar que era policial, a dupla partiu para cima do sargento, que sacou a arma e atirou no abdômen de Rodrigues. Ferido, ele e o comparsa correram dois quarteirões, mas foram capturados por uma viatura. O sargento Fábio Lúcio Souza, do 1° Batalhão da Polícia Militar destacou que o colega agiu em legítima defesa. "Neste caso, ele não estava sofrendo apenas ameaças, eles o agrediram, por isso ele reagiu", disse.
Não reagir. Essa é a recomendação da PM, segundo o capitão Gedir Rocha, assessor de imprensa da corporação. Em relação ao sargento agredido, o capitão frisou que os militares estão preparados para atuar de acordo com a necessidade. "Somos policiais 24 horas, o policial está capacitado, para se houver a possibilidade, agir."
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