quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
O secretário da Segurança Pública de São Paulo.Não faz sentido cobrar ação de vigia
Não faz sentido cobrar ação de vigia, diz secretário de SP
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DE SÃO PAULO
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, disse ontem (9) que a polícia paulista não irá cobrar uma atuação mais efetiva dos vigias de rua na segurança pública --desautorizando o discurso da véspera do seu chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima.
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Até porque, diz Ferreira Pinto, eles não têm preparo para essa função. "Não vejo uma parceria. Eles não têm qualificação profissional para fazer parceria com a segurança pública", disse.
O secretário, porém, tentou amenizar a polêmica causada pelo delegado que, ao comentar o roubo à casa do ex-secretário da Segurança Pública e atual secretário de Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que a população precisa cobrar um melhor trabalho dos vigias.
"A expressão foi no sentido de não desprezar toda e qualquer informação que possa vir, mesmo que seja desses vigilantes. Mas longe de pensar em uma parceria."
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que a "responsabilidade do poder de polícia é do Estado", mas que a declaração do delegado deve ser vista como um convite a um trabalho conjunto. "O Estado investe e nós vamos trabalhar firmemente nisso. Agora, regular, fiscalizar a guarda, ter uma ação de sinergia, isso é bom."
Gabo Morales/Folhapress
Vigia de rua atua na região de Pinheiros, em SP; secretário diz que não faz sentido cobrar ação desses vigilantes
DECLARAÇÃO
"Se eles [vigilantes] recebem dinheiro desses moradores para fazer uma segurança, ela tem de ser efetiva, e não apenas, como vimos várias vezes, cabines abandonadas, vigilantes que não estão fazendo o serviço adequado", afirmou Carneiro anteontem à Jovem Pan.
"Essa afirmação passa uma ideia de que o Estado, por meio de seu representante, tenta se eximir de responsabilidade. Esse nem deveria ser o foco do debate, mas sim as medidas a serem tomadas tanto nesse caso quanto em outros", diz o sociólogo Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, professor do programa de pós-graduação em ciências criminais pela PUC-RS.
Já o sociólogo Renato Sérgio de Lima, secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, acha que é preciso discutir a relação segurança privada/pública. "Os vigias são um contingente grande, que está presente na cidade, que precisa regular. Estão ali para quê?"
Para o coordenador do Instituto Minas Pela Paz, Luís Sapori, a declaração pode soar "infeliz" porque esse trabalho não é regulado. Mas, diz, a segurança privada pode "complementar bem" a segurança pública.
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