Rebelião já dura 24 horas e negociações são retomadas na Nelson Hungria
Carlos Rienck/Hoje em Dia
Rebelião foi iniciada por volta das 9 h desta quinta; negociações são retomadas nesta sexta-feira
As negociações para a liberação dos reféns e o encerramento da rebelião dos detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, serão retomadas nesta manhã de sexta-feira (22). Militares do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) tentam conter uma movimentação de presos de outros pavilhões, que também teriam iniciados uma reivindicação, segundo um tenente do Gate.
A rebelião que já dura 24 horas e começou por volta das 9h dessa quinta-feira (21) no Pavilhão 1 do Complexo Prisional. Durante uma aula, os presos renderam um agente penitenciário e uma professora. Há suspeita de que outros cinco detentos mais próximos à diretoria da unidade prisional tenham sido dominados e estejam entre os reféns. No entanto os militares do Gate não confirmam. Durante a noite da quinta-feira, umônibus foi queimado no Anel Rodoviário. Um bilhete com as inscrições "Opressão ao Sistema" foi encontrado dentro do coletivo, o que reforça a hipótese de que o incêndio tenha sido orquestrado por cúmplices dos detentos rebelados.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Sdes), os 90 detentos envolvidos estão sem água e sem luz desde o início da revolta. Eles também não se alimentam desde a quinta-feira. Duzentos e dez militares e 30 agentes penitenciário do Comando de Operações Especiais (Cope) estão envolvidos na ação e tentam dar fim à rebelião.
No início da noite dessa quinta-feira, os presos ameaçaram soltar os reféns, mas mudaram de ideia após não verem atendida a exigência de troca do diretor do presídio. Segundo a Secretaria, os detentos estariam reclamando de superlotação e da mudança na rotina para entrada de grávidas que tentam visitá-los. À tarde, os rebelados exigiram a saída dos helicópteros que sobrevoavam a penitenciária e pediram mais bateria para o rádio de um agente penitenciário que está sendo utilizado pelos presos para a negociação.
Dentre os detidos na penitenciária Nelson Hungria estão o goleiro Bruno Fernandes, Frederico Flores, apontado como líder do “Bando da Degola”, Marcos Antunes Trigueiro, o homem que ficou conhecido como “Maníaco de Contagem”. Nenhum desses estaria, contudo, na ala onde ocorre a revolta dos presos. O promotor Henry Vasconcelos, que acompanha o caso do goleiro, esteve na unidade prisional nesta