OTEMPOonline
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou nesta segunda-feira (9), por meio de uma nota enviada à imprensa, que a carta escrita pelo goleiro Bruno a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, não consta nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, onde os dois estão presos.
Em oitiva, nesta segunda, o próprio Bruno disse ter entregado essa carta a outro detento da unidade, para que ela chegasse até Luiz Henrique Ferreira Romão. Dessa forma, a correspondência não passou pelos procedimentos formais de envio de cartas.
O Complexo Penitenciário Nelson Hungria dará continuidade ao procedimento de apuração para averiguar como a carta saiu da unidade. Em seguida, as informações serão remetidas ao Poder Judiciário, para eventual aplicação de sanções aos envolvidos.
Entenda o caso
Na suposta correspondência, divulgada pela revista "Veja", Bruno teria pedido a Macarrão para confessar a autoria do plano para matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro. De acordo com a revista, dois peritos confirmaram que a assinatura é do atleta. Após levantar suspeitas sobre a veracidade do bilhete, Rui Pimenta, advogado do goleiro, resolveu ir até a penitenciária para conversar com o cliente e apurar a informação.
No sábado (7), Pimenta, que já havia afirmado, em janeiro, que Macarrão matou Eliza por amar Bruno, chegou a dizer que o texto tinha “muito mais o teor de uma declaração de amor do que um pedido de Bruno para Macarrão assumir a culpa". Para ele, o goleiro estava, na verdade, terminando um relacionamento homossexual.
Já para o chefe do Departamento de Investigações de Homicídios, delegado Wagner Pinto, a afirmação da defesa de que a carta era uma despedida de amor é uma tentativa de livrar Bruno de culpa. “Trata-se de mais uma estratégia para inocentá-lo”, declarou.
De acordo com Simim, a carta, que teria sido escrita em novembro, não será anexada ao processo, pois não influencia em nada.
Mal interpretada
Em encontro com os advogados de defesa Francisco Simim e Rui Pimenta, o goleiro Bruno confessou a autoria da carta publicada na revista “Veja”, mas garantiu que a correspondência foi mal interpretada. “Bruno disse que não estava pedindo a Macarrão para assumir a autoria do crime, mas estava encerrando a relação de amizade entre os dois”, afirmou Simim, que disse também que a hipótese levantada por Pimenta, de que Bruno e Macarrão tinham um relacionamento homoafetivo, foi descartada após conversa com o goleiro.
Bruno e Macarrão são uns dos principais suspeitos apontados pela polícia como autores da morte e desaparecimento da modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro e que tinha um filho com ele.