O grupo de Taubaté foi criado em julho de 2006, por determinação da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) do Estado, depois dos ataques do PCC em maio de 2006, quando os bandidos organizaram uma mega-rebelião simultânea em dezenas de presídios do Estado de São Paulo, entre elas, os CDPs de Taubaté e São José dos Campos, Potim e P1 de Tremembé.
O curso de rapel, que contou com o apoio de helicópteros do Exército, teve também a participação dos homens do canil do GIR e um cão que integra o grupo, também fez o treinamento de rapel descendo pendurado em cordas.
Segundo
Luis Henrique Vilela, da Corevali (Coordenadoria do Vale do Paraíba e Litoral), a finalidade do uso do rapel é usar em unidades onde estejam ocorrendo motins, por exemplo, e as entradas ‘normais’, tenham sido bloqueadas pelos detentos, com colchões em chamas, ou outro tipo de bloqueio.
“Com esta técnica, eles podem entrar por qualquer ponto do presídio e dominar rapidamente a situação, seja utilizando o equipamento de rapel nas paredes, ou com helicópteros”, disse.
Ainda de acordo com
Vilela, a principal diferença entre a atuação do GIR e da Polícia Militar dentro dos presídios, é o fato de eles serem
ex-agentes penitenciários.
“São homens que trabalharam no mínimo três anos em unidades prisionais, acostumados a lidar com os detentos, falar de forma com que eles entendam e respeitem, sempre respeitando a integridade dos presos. E, principalmente, são pessoas que conhecem toda a estrutura física das penitenciárias, o que favorece muito a intervenção rápida, nos pontos certos”, afirmou.
O curso teve a duração de 30 horas, mas os treinamentos de aperfeiçoamento continua ocorrendo diariamente.
Treinamento diário.
“Não importa como, se será por terra ou pelo céu, se precisar, o GIR vai entrar. O que não é admissível é a gente ser surpreendido, temos que estar preparados para agir e controlar a situação em qualquer presídio, a todo momento", está frase do coordenador do GIR do Vale do Paraíba, resume a ‘missão’ dos homens que integram o grupo. (Por questões de segurança, a SAP não autoriza a divulgação dos nomes de integrantes do GIR).
Segundo o comandante, o grupo atua constantemente em revistas programadas nas unidades, além de executar tarefas solicitadas por órgão como o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), por exemplo, em caso de buscas em celas de presos que estejam sendo investigados.
Além do rapel, os integrantes do GIR fazem treinamentos diários de lutas marciais e exercícios de condicionamento físico. Todos os dias são cerca de seis horas de treinamento.
Estrutura.
O GIR do Vale do Paraíba, identificado dentro da SAP como 6º GIR, conta atualmente com 18 agentes, além de outros seis do canil e 13 cães.
A base deles fica no CDP de Taubaté, onde são realizados todos os treinamentos e cursos, e estão armazenados os equipamentos.
Para fazer parte do GIR, o agente tem que inscrever voluntariamente, não pode possuir nenhuma falta durante o tempo que atuou como agente penitenciário e passar por um treino-teste com duração de seis meses.
“Só depois deste período, se passar em todas as avaliações, ele passa atuar de forma prática no GIR, se não , volta para o cargo de agente”, disse o coordenador do Grupo.
Além do Vale do Paraíba, o GIR tem bases em São Paulo, e outras sete cidades.
Grupo controla 11 mil presos
Os homens do GIR do Vale do Paraíba têm a missão de manter sob controle um complexo prisional com quase 11 mil presos, abrigados de forma precária em penitenciárias superlotadas.
A região abriga um ‘cinturão de presídios’, com 10.922 homens e mulheres.
Nos últimos 10 anos, o Vale ganhou 6 novos presídios e pelo menos 6.087 presos. Até janeiro de 2002, não existiam as unidades de Potim de 1 e 2, os CDPs de São José e Caraguá e os femininos de São José e 2 de Tremembé. Hoje são 11.
Rebeliões. As últimas rebeliões registradas na região ocorreram em 2008, em maio na P1 de Tremembé, quando dois agentes foram feitos de reféns, e em novembro, na Casa de Custódia de Taubaté.
Este ano, o CDP de Caraguatatuba teve dois motins, que também precisaram da intervenção, mas foram controlados rapidamente.
fonte:
O Vale
créditos:
Luara Leimig