"RECONHECIMENTO" Guarda de presos compromete atuação da polícia em Arcos...Autoridades da cidade querem que serviço seja assumido por Agentes Penitenciários.

A demanda por agentes penitenciários foi uma das reclamações mais contundentes de autoridades e da população de Arcos (Centro-Oeste do Estado) durante audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na cidade na tarde desta segunda-feira (16/8/13).

O comandante da 241ª Companhia da Polícia Militar, tenente-coronel César Henrique Bittencourt da Cunha, disse ter a expectativa de que os agentes penitenciários cheguem no ano que vem à cidade. “É difícil dizer para o cidadão que não há viatura porque elas estão sendo demandadas para escolta de presos. Vemo-nos de pés e mãos atadas porque temos que prender e cuidar dos presos. Eles também ficam prejudicados porque não conseguem nem ir ao dentista, porque não temos como levá-los. Não precisamos de reforma em cadeia, mas de chamar aqueles (agentes) que já passaram no processo seletivo”, afirmou. Ele frisou que, apesar de tudo, os esforços feitos têm tido resultados, com queda da criminalidade nos últimos anos.

O presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), informou que a Subsecretaria de Estado de Administração Prisional (Suapi) deve assumir a guarda de presos em Arcos em 2014. “O governador quer que até 2015 não haja mais nenhum preso sob a guarda da Polícia Civil”, afirmou. Ele também falou do desafio para fazer a vigilância de 32 mil quilômetros de rodovias estaduais, por onde circulam diariamente traficantes e criminosos. “Todos nós precisamos nos engajar na luta para vencer a criminalidade. Precisamos das polícias e, inclusive, do Exército. Isso tem que ser uma prioridade para todos”, defendeu.

O deputado Tiago Ulisses (PV) ressaltou que a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) está presente em apenas 33 municípios mineiros, sendo Arcos um deles. Ele ressaltou que o tráfico de drogas fez a criminalidade aumentar e que o Governo Federal precisa investir mais na repressão. “O setor de inteligência da polícia também precisa identificar os infratores mais graves, para que sejam neutralizados. E a prevenção ao consumo de drogas deve ser feita por meio da cultura e do esporte”.

O deputado Fabiano Tolentino (PSD) também concordou que o grande aumento no consumo das drogas teve por consequência o aumento na criminalidade. Já a autora do requerimento para a audiência, deputada Maria Teresa Lara (PT), destacou a importância da união das polícias para o enfrentamento da criminalidade. “O crime se organiza cada vez mais e precisa ser enfrentado efetivamente”, afirmou.

Novas comarcas e Defensoria Pública também são demandas

O presidente da Câmara Municipal de Arcos, Halph Carvalho de Oliveira, pediu a criação de mais duas varas judiciais na comarca de Arcos. “A cidade é grande, há muita demanda. A instalação da comarca de Pains, integrando Pimenta e Cordisburgo, também seria mais uma medida para desafogar Arcos”. O vereador falou, ainda, da necessidade de um novo delegado e da falta de defensores públicos. “Isso é um absurdo, tendo em vista que a cidade tem quase 40 mil habitantes”, afirmou.

O chefe do 7º Departamento de Polícia Civil em Divinópolis, Alexandre Andrade de Castro, falou da grande dificuldade em combater a criminalidade. “Mesmo com maior efetivo e mais investimentos, não conseguiremos resultados se a impunidade continuar”, alertou. O delegado regional de Formiga, Ricardo Augusto Bessa, explicou que é frustrante prender os traficantes e perceber que “só trocamos os peões de lugar”. Ele também lembrou que o tratamento dos dependentes químicos é uma peça fundamental no combate ao tráfico.

Providências - Como resultado das demandas apresentadas, os deputados aprovaram uma série de requerimentos de cobrança de providências. Eles pedem a implantação de centro de tratamento de dependentes químicos, o aumento do efetivo das Polícias Civil e Militar, a transferência da guarda de presos para a Suapi, a designação de defensores públicos, a instalação de novas varas judiciais em Arcos e a instalação da comarca de Pains, além da construção emergencial de centros socioeducativos para atender a região Centro-Oeste do Estado.

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