Carros entram nas dependências da penitenciária sem vistorias.
Secretaria de Estado diz que vai apurar denúncias.
Agentes penitenciários que trabalham no presidio Alvorada, em Montes Claros (MG), denunciam várias irregularidades praticadas por outros agentes e pela direção da penitenciária. Entre os problemas pontados está um banco de horas paralelo.
“O ponto é rasurado sem problema algum. Assinam como se tivesse trabalhado sem ter ido lá. Tudo isso sabendo que não vai haver punição alguma”, diz um agente que prefere não se identificar.
Em imagens gravadas é possível ver alguns dos problemas existentes no presídio. Alguns agentes dormem durante o horário de trabalho. Testemunhas que denunciam as irregularidades registraram também um preso lavando uma moto que seria de um dos diretores do presídio.
Segundos os denunciantes, disparos de arma de fogo também são efetuados sem necessidade nas dependências da prisão. “Os disparos de armas de fogo são constantes. Já houve reclamações sobre isso ao diretor, mas a situação ainda não foi solucionada. Brincam com armas o tempo todo, sem medir as consequências”, afirma uma testemunha.
Eles denunciaram ainda que carros particulares entrariam sem vistoria no pátio da penitenciária. Agentes ainda seriam ameaçados ao questionarem tal situação. “Todas as vezes que tentamos ajudar, eles ameaçam como se nós estivéssemos levando os problemas. Falam que vão nos transferir para Francisco Sá, caso não fiquemos quietos”, conta outro agente.
As denúncias sobre o que ocorre no Presídio de Alvorada foram encaminhadas ao Ministério Público, segundo a advogada Alexandra Ferreira, há cerca de quatro meses. “Uma denuncia foi feita. Várias tentativas foram feitas para saber o andamento da situação, mas não tivemos resposta”, diz.
A advogada afirma ainda que a corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social foi procurada. “A nossa resposta é que eles poderiam tomar providência mediante resposta do Ministério Público. Mas sabemos que os dois órgãos são autônomos e podem agir independentemente”, afirma Alexandra.
O Ministério Público informou por meio de sua assessoria que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Secretaria de Estado de Defesa Social analisa denúncias
Sobre as denúncias apresentadas, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou ao G1 Grande Minas que está levantando informações preliminares para tomar as medidas necessárias. A Secretaria ressaltou que o Presídio Alvorada recebe periodicamente visitas do Centro de Controle de Zoonoses Municipal, além de contar com uma equipe de faxina da própria unidade prisional, que trabalha diariamente com material específico para limpeza pesada.
Já sobre os horários dos servidores, segundo a secretaria, todos são registrados em ponto, de acordo com a jornada de trabalho estabelecida. “Informamos ainda que os 134 presos, que atualmente estão na unidade prisional, têm direito a saída temporária e para trabalhos externos (albergados) devidamente autorizados pela Justiça”.
Quanto a possíveis disparos de armas dentro da unidade prisional, de acordo com o órgão não há registros de situações deste porte dentro do presídio.
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