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Um dos dois detentos capturados depois defugir da Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na noite de domingo, afirma que os presos receberam ajuda de pelo menos seis agentes penitenciários que teriam recebido dinheiro. Glayson Ferreira da Silva, de 25 anos, cumpre pena há sete meses na unidade prisional, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por tráfico de drogas. O detento diz ser capaz de reconhecer três dos agentes supostamente envolvidos na fuga, motivada por maus tratos por parte dos integrantes do Grupo de Intervenção Tática (GIT), que teriam agredido os detentos.
Glayson afirma ter sido o último detento a entrar na cela onde ficavam 12 presos e não teria ajudado na escavação. Segundo ele, os agentes forneciam ferramentas aos presos, que arrancavam fios das instalações do local para iluminar o túnel, com 12 metros de comprimento por 80 centímetros de largura e que termina no muro que faz fundo com um milharal. A terra, conforme Glaysson, ficava escondida sob os lençóis das beliches da cela e no banheiro dos presos. Os detentos passaram a dormir no chão mas, para despistar os policiais na hora da chamada, colocavam os colchões sobre as camas, cobrindo a terra. Ainda segundo o preso, a escavação durou 45 dias e não houve revista na cela durante esse período.
A fuga começou por volta das 23h e os agentes atiraram para tentar conter os detentos. Um helicóptero foi acionado para ajudar nas buscas. Um dos detentos foi capturado ainda nas dependências da penitenciária. Após se livrar do uniforme da Superintendência de Administração Prisional (Suapi) e vestir roupas roubadas em um varal, Glayson conseguiu fugir para a BR-040, onde encontrou um caminhoneiro que dormia dentro de um veículo quebrado às margens da rodovia. Ele bateu no vidro e pediu ajuda ao homem, dizendo que estava de moto e havia sido assaltado. Glayson perguntou se ele tinha um celular para que pudesse entrar em contato com a família. Com medo, o caminhoneiro pediu que Glayson passasse o número para que ele mesmo ligasse. O homem falou com a namorada do preso e contou a história.
Um casal de irmãos do detento passou de moto pelo local onde o caminhão estava parado. A polícia acredita que ele estavam verificando se havia alguma viatura. Logo em seguida, o cunhado de Glayson chegou em outra moto, mas foi interceptado pela polícia, que estava à pé fazendo buscas pela região. Glayson estava deitado debaixo do caminhão. Os irmãos e o cunhado do detento também foram presos. Os parentes negaram que estivessem acobertando uma fuga e afirmam ter pensado que Glayson havia recebido liberdade condicional e deviam ir buscá-lo.
Os outros 10 detentos continuam foragidos. A polícia também encontrou um moletom da SUAPI, um chinelo e um celular com a mensagem “vem sentido nvs (Neves) BH lombrado”, escrita às 23h59. O remetente da mensagem é “Boca 2”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que uma equipe da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) vai ouvir as últimas equipes da segurança que estavam de plantão na penitenciária e abrir um procedimento interno para saber se houve falha na segurança ou negliência. O caso será encaminhado para a Corregedoria. O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, determinou rapidez na apuração dos fatos.
Preso que cumpre pena por tráfico de drogas diz que agentes foram pagos para ajudar na fuga de 12 presos. Dez deles ainda estão foragidos
Andréa Silva - Aqui
Publicação: 09/04/2012 11:54 Atualização: 09/04/2012 14:37
Segundo o preso, a escavação durou 45 dias e não houve revista na cela nesse período |
Glayson afirma ter sido o último detento a entrar na cela onde ficavam 12 presos e não teria ajudado na escavação. Segundo ele, os agentes forneciam ferramentas aos presos, que arrancavam fios das instalações do local para iluminar o túnel, com 12 metros de comprimento por 80 centímetros de largura e que termina no muro que faz fundo com um milharal. A terra, conforme Glaysson, ficava escondida sob os lençóis das beliches da cela e no banheiro dos presos. Os detentos passaram a dormir no chão mas, para despistar os policiais na hora da chamada, colocavam os colchões sobre as camas, cobrindo a terra. Ainda segundo o preso, a escavação durou 45 dias e não houve revista na cela durante esse período.
A fuga começou por volta das 23h e os agentes atiraram para tentar conter os detentos. Um helicóptero foi acionado para ajudar nas buscas. Um dos detentos foi capturado ainda nas dependências da penitenciária. Após se livrar do uniforme da Superintendência de Administração Prisional (Suapi) e vestir roupas roubadas em um varal, Glayson conseguiu fugir para a BR-040, onde encontrou um caminhoneiro que dormia dentro de um veículo quebrado às margens da rodovia. Ele bateu no vidro e pediu ajuda ao homem, dizendo que estava de moto e havia sido assaltado. Glayson perguntou se ele tinha um celular para que pudesse entrar em contato com a família. Com medo, o caminhoneiro pediu que Glayson passasse o número para que ele mesmo ligasse. O homem falou com a namorada do preso e contou a história.
Os outros 10 detentos continuam foragidos. A polícia também encontrou um moletom da SUAPI, um chinelo e um celular com a mensagem “vem sentido nvs (Neves) BH lombrado”, escrita às 23h59. O remetente da mensagem é “Boca 2”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que uma equipe da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) vai ouvir as últimas equipes da segurança que estavam de plantão na penitenciária e abrir um procedimento interno para saber se houve falha na segurança ou negliência. O caso será encaminhado para a Corregedoria. O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, determinou rapidez na apuração dos fatos.
os dez fugitivos restantes.
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