sexta-feira, 20 de maio de 2011
Incêndios a ônibus, assassinatos de agentes penitenciárias femininas e explosão de pelo menos quatro viadutos da capital. O plano audacioso foi elaborado por presos da penitenciária Nelson Hungria, em Nova Contagem, e descoberto pelo serviço de inteligência da Polícia Civil, após investigações e escutas telefônicas.
As ações criminosas - que começaram a ser executadas no dia 25 de abril, após uma varredura na unidade prisional e do fim a determinadas regalias dos presos - devem prosseguir, caso o sistema prisional da unidade não afrouxe o tratamento. A ameaça clara foi feita ontem, na Divisão de Operações Especiais (Deoesp), pelo detento Cleverson Silva de Oliveira, de 27 anos, apontado pela Polícia Civil como responsável por ordenar pelo menos cinco ataques a ônibus na região metropolitana.
Segundo a polícia, entre as ações planejadas por Cléverson, está a implosão de quatro viadutos de Belo Horizonte, entre eles, o da Lagoinha. O plano estaria ligado às apreensões de mais de cem bananas de dinamite no bairro Madre Gertrudes, região Oeste da capital.
Condenado a 50 anos de prisão por formação de quadrilha, homicídio e assalto a banco, Cleverson disse que "se os presos continuarem a serem destratados, os ataques vão continuar.
"Toda ação tem uma reação e não vamos ficar de braços cruzados enquanto nossas mulheres, mães, irmãs e parentes sofrem humilhações (durante revistas feitas por agentes femininas). Também não podemos continuar sem a nossa liberdade que foi retirada pelo novo diretor, que está promovendo uma guerra na Nelson Hungria", disse Cleverson, avisando que a intenção dos presos é promover um "caos" em Minas.
Para evitar o prosseguimento do plano de horror, o delegado Islande Batista prometeu ontem apertar o cerco contra os criminosos. Segundo ele, onze pessoas já foram identificadas, suspeitas de participar dos ataques aos ônibus. As investigações continuam.
Uma das provas contra Cleverson foi registrada pelo serviço de inteligência da polícia por meio de escuta telefônica de uma conversa dele com a irmã, partindo da penitenciária, com uso de um celular. Na conversa, ele pergunta se ela teria "visto a "fogueira santa", numa referência aos coletivos incendiados.
Agentes
O assassinato das agentes penitenciárias femininas, segundo informou a polícia, seria um revide à rigorosa revista feita nas mulheres parentes dos detentos durante os dias de visitas. Tais medidas também teriam sido tomadas pela nova diretoria da penitenciária com o objetivo de aumentar a segurança no local.
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